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Obama volta a prometer encerrar Guantanamo
Seis anos depois, o Presidente dos Estados Unidos regressa a uma das principais promessas da sua primeira campanha presidencial, prometendo encerrar a prisão de Guantanamo, um dos principais símbolos dos excessos dos EUA na luta contra o terrorismo.
No discurso do Estado da União (State of the Union), Barack Obama apresentou a sua estratégia para a redução da presença militar dos EUA no mundo, no centro da qual está o encerramento da prisão situada na base naval norte-americana, em Cuba.
“Este tem de ser o ano em que o Congresso levanta as restrições que ainda existem para transferências de prisioneiros e fechamos a prisão da Baía de Guantanamo”, afirmou ontem à noite. “Porque lutamos contra o terrorismo, não apenas através dos serviços secretos e acções militares, mas ao continuarmos a ser fiéis aos nossos ideias constitucionais e ser um exemplo para o resto do mundo.”
No ano passado já houve alguns progressos, depois de o Congresso ter facilitado a transferência de prisioneiros para os seus países de origem, mas ontem Obama não avançou qualquer ideia nova sobre como irá acelerar o processo e transferir de Cuba os 155 prisioneiros, alguns deles detidos há mais de 10 anos sem nunca terem tido direito a julgamento.
O Presidente dos EUA considera a prisão – muito criticada pela comunidade internacional - como uma fonte de motivação para extremistas islâmicos. Em paralelo com o seu encerramento, pretende também terminar definitivamente a guerra no Afeganistão. “Mesmo enquanto perseguimos activamente a agressivamente redes terroristas, através de esforços mais dirigidos e aumentando a capacidade dos nosso parceiros internacionais, a América tem de deixar de estar num estado de guerra permanente”, sublinhou.
A prisão de Guantanamo foi aberta em 2002 por George W. Bush, na sequência das detenções pós-11 de Setembro. Barack Obama prometeu encerrá-la no seu primeiro ano como Presidente. O prazo foi sendo adiado e a promessa nunca foi cumprida. 155 suspeitos continuam num limbo, detidos sem julgamento. Segundo a Reuters, quase um terço são considerados demasiado perigosos para serem libertados e os congressistas norte-americanos recusam a possibilidade de os prisioneiros serem transferidos para prisões nos EUA.
Ainda assim, e apesar de várias restrições à sua transferência para os países de origem, nos últimos meses houve avanços. Dois detidos foram enviados para o Sudão, dois para a Arábia Saudita, outros dois para a Argélia e três para a Eslováquia.