Os EUA suspenderam o envio de bombas, que deveriam ser entregues a Israel, devido ao facto de o Estado poder vir a atacar Rafah, um plano a que o presidente norte-americano Joe Biden se opõe, avança a Bloomberg, que cita um alto quadro da administração Biden.

A fonte especifica a agência que a encomenda era composta por 3.500 bombas de até 907 kg de peso. Há cerca de 1,4 milhões de palestinianos em Rafah, sendo por isso uma cidade densa, pelo que Washington quer prevenir o impacto de um ataque com explosivos desta magnitude.

Olhando para o futuro, os EUA ainda não decidiram se esta é apenas uma suspensão do envio destas armas, ou se vão mesmo acabar por não exportar estas armas para Israel.

Recorde-se que em 2014, o presidente Barack Obama atrasou o envio de mísseis Helfire durante várias semanas, numa altura em que Israel estava em combate em Gaza, seguindo o exemplo dos seus antecessores, no âmbito da invasão de Israel ao Líbano em 1982, e antes disso, na batalha de Yom Kippur.

Contactado pela Bloomberg, o gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyau não quis comentar a notícia. Apesar de se opor a este ataque concreto a Rafah, Joe Biden mantém o seu apoio genérico àquilo que classifica ser como uma estratégia de destruição do Hamas.

Esta notícia surge horas depois de Israel ter assumido o "controlo operacional" da passagem fronteiriça entre a Faixa de Gaza e o Egito, em Rafah. A ofensiva deu-se depois de Israel ter invadido Rafah, o último reduto de Gaza, e recusado a proposta de cessar-fogo, aprovada pelo Hamas, por estar "longe das exigências básicas" dos israelitas.

Ao fim de vários dias a prometer avançar com uma invasão a Rafah – onde se refugiaram milhões de palestinianos desde o início dos bombardeamentos de outubro –, o exército israelita avançou com uma ofensiva militar na cidade situada no sul da Faixa de Gaza. Durante toda a noite, o exército israelita lançou vários "ataques direcionados", que levaram à morte de 20 membros do Hamas.

A passagem fronteiriça de Kerem Shalom foi também encerrada esta terça-feira por "razões de segurança". A situação faz temer que Israel avance com uma incursão terrestre em Rafah.