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EUA ponderam pôr 100 mil guardas a detectar imigrantes ilegais

A proposta que está a ser debatida deixa nas mãos dos estados a decisão de deixar as suas tropas participarem nas operações. O objectivo é fazer buscas, detectar e deter imigrantes ilegais. A Casa Branca diz que o relatório está "por confirmar".

Reuters
17 de Fevereiro de 2017 às 16:51
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A administração norte-americana está a avaliar o envio de até 100 mil efectivos da Guarda Nacional para detectar imigrantes ilegais a viver nos Estados Unidos, nomeadamente entre os milhões que residem nas zonas de fronteira com o México.


Um relatório que está a ser analisado reclama, segundo a Associated Press, uma militarização do controlo migratório em 11 estados, incluindo os quatro que confrontam directamente com o México - Califórnia, Arizona, Novo México e Texas – e os sete estados confinantes com aqueles - Oregon, Nevada, Utah, Colorado, Oklahoma, Arkansas e Louisiana.


Esta inclusão representaria a primeira vez que estes militares seriam usados em operações do género nos estados não fronteiriços com o México, nomeadamente fazendo buscas, identificando e detendo imigrantes não autorizados. Os governadores destes estados deverão ter a opção de deixar os seus efectivos participarem nas operações, refere a proposta assinada por John Kelly, o secretário de Segurança Nacional.


Nestes 11 estados vive cerca de metade dos 11,1 milhões de estrangeiros que residem ilegalmente nos Estados Unidos.


O documento foi preparado para apoiar a implementação da ordem executiva assinada a 25 de Janeiro por Donald Trump que pretende reforçar o controlo fronteiriço e a gestão da imigração. A proposta tem circulado nas últimas duas semanas entre os serviços daquela secretaria e seria um aprofundamento da parceria que existe desde 2012 entre a Guarda Nacional e os serviços de protecção da fronteira.

O recurso à Guarda Nacional aumentaria o número de imigrantes a deter – e eventualmente a deportar - ao abrigo dos termos da nova ordem executiva, que alargou o conceito de "actos criminais" que podem ser usados pelas forças de segurança para travar e expulsar imigrantes.

A AP explica que, de acordo com as actuais regras, os imigrantes detectados com ordens de expulsão seriam deportados para os países de origem, mas que os demais teriam de ser presentes a tribunal para ser emitida a ordem de saída forçada do país. A agência recorda também que, na semana passada, quase 700 pessoas foram detidas no país, um número que foi atribuído por Kelly a operações pontuais e de rotina. 

A proposta fará ainda referências aos novos agentes de fronteira que Trump já disse pretender contratar – a ordem executiva refere 10 mil mas o esboço de proposta referido pela AP menciona cinco mil -, além do muro que o presidente prometeu construir entre os EUA e o México. 


O porta-voz da administração Trump, Sean Spicer, considerou o relatório "100% por confirmar" e "irresponsável" e refere que não há intenção de usar a Guarda Nacional para detectar imigrantes ilegais. Oito estados dizem desconhecer a proposta e três não quiseram comentar.

(Notícia actualizada às 17:01 com mais informação)

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