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Está a esgotar-se o tempo de Trump provar política da “América Primeiro”

O presidente dos EUA, Donald Trump, fechou 2018 com drama ao ordenar a saída das tropas americanas da Síria e antecipar em dois meses a renúncia do seu secretário da Defesa. Aparentemente, o primeiro trimestre de 2019 também será tumultuoso.

Reuters
05 de Janeiro de 2019 às 20:00
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Da China ao Irão, Trump estabeleceu uma série de prazos para ações que ajudarão a revelar se o presidente é realmente o negociador global que diz ser ou um líder que está a diminuir o papel dos EUA no cenário mundial com a política externa "América Primeiro".

 

Trump seria capaz de postergar prazos até o fim do ano – é conhecido por dizer que uma decisão será tomada nas próximas "duas semanas" e depois não cumprir a promessa. Listamos alguns dos prazos mais importantes para a política externa estabelecidos pelo presidente dos EUA e pela sua equipa para os primeiros meses do ano.

 

China

O maior teste à abordagem de Trump para as relações internacionais será a China e uma disputa comercial que atingirá um ponto de crise em março. O presidente ameaçou elevar a partir de março, de 10% para 25%, as tarifas aplicadas a 200 mil milhões de dólares em produtos chineses, a não ser que Pequim feche um acordo comercial com condições favoráveis para os EUA.

 

Coreia do Norte

No começo do ano passado, o programa nuclear da Coreia do Norte era o problema de política externa mais intratável de Trump. Então, numa cimeira histórica em junho, Trump e Kim Jong Un apertaram as mãos e chegaram a um vago acordo para forjar laços melhores e "trabalhar para a completa desnuclearização da península coreana". Embora pouca coisa tenha acontecido desde então, Trump disse que gostaria de realizar uma segunda cimeira com Kim no início de 2019.

 

Síria, Afeganistão

Trump sinalizou que os soldados americanos serão enviados para casa "lentamente" porque ainda lutam contra "reminiscências" do Estado Islâmico. Isto deixa o ritmo de retirada e os termos do compromisso futuro para serem decididos nas próximas semanas.

 

O presidente é pressionado também a esclarecer dentro de pouco tempo as suas intenções para as tropas americanas no Afeganistão. Apesar das informações de que ele ordenou o retorno de metade dos 14.000 soldados que estão no país, um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional disse que "o presidente não determinou a retirada da presença militar dos EUA no Afeganistão".

 

Irão

Trump retirou-se do acordo nuclear do Irão de 2015 em maio e desencadeou sanções contra países que continuam a importar petróleo iraniano em outubro. Oito governos foram dispensados dessas restrições - isenções que expiram em abril. O fim do prazo obriga os EUA a tomarem algumas decisões difíceis.

 

Alguns países que receberam isenções - como a Coreia do Sul, Itália e Taiwan - conseguem deixar de usar o petróleo iraniano, mas Trump terá que determinar até que ponto está disposto a confrontar e punir a Índia, um aliado estratégico, e a China. Com o barril do petróleo abaixo dos 50 dólares no mercado americano, os EUA podem sentir que ainda têm mais margem de manobra para pressionar estes países, independentemente das consequências diplomáticas.

 

(Texto original: It’s Crunch Time for Trump’s ‘America First’ Policy)

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