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Eduardo Cunha perde mandato de presidente do parlamento brasileiro

O líder da Câmara dos Deputados estava acusado de mentir na comissão de inquérito à Petrobras, na qual garantiu não ter nenhuma conta no estrangeiro. Entre os parlamentares, 450 votaram pelo seu afastamento e apenas 10 o apoiaram.

Reuters
13 de Setembro de 2016 às 09:23
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Ao fim de quase um ano de processo, a Câmara dos Deputados no Brasil decidiu destituir Eduardo Cunha, do PMDB, do cargo de presidente. 

A decisão final chegou às 23:50 (hora local, 3:50 desta terça-feira em Lisboa), com 450 votos favoráveis à anulação do mandato de Cunha. Apenas dez deputados votaram pela sua defesa, a que se juntaram nove abstenções.

Eduardo Cunha estava acusado de mentir na comissão de inquérito à Petrobras, na qual garantiu não ter nenhuma conta no estrangeiro - algo que uma comissão de ética veio a contrariar, afirmando que tinha dinheiro não declarado guardado na Suíça. Contas que Cunha reafirma não controlar.  

Desta forma, o até aqui líder da câmara - que sai de cena 12 dias depois de também Dilma Rousseff ter sido formalmente destituída do cargo de Presidente - fica inelegível até 2027. Cunha esteve na base do processo de "impeachment" da Presidente. Uma iniciativa que Rousseff considerou ter sido uma vingança do parlamentar, depois de o Partido dos Trabalhadores (PT, de Rousseff) não ter travado o processo que acabaria por afastá-lo.

"Estamos vivendo um processo político em que eu virei um troféu para fomentar o discurso do golpe", afirmou Cunha, citado pelo jornal Folha de São Paulo. "Eu cometi muitos erros. Eu sou humano. Eu errei muitas vezes, mas não foram meus erros que levaram à cassação. Eu fui vítima de uma vingança política estimulada pelo processo eleitoral," acrescentou.

O Tribunal Supremo brasileiro acusa-o ainda de ter recebido subornos de 5 milhões de dólares num contrato envolvendo a Petrobras, enquanto Cunha ameaça divulgar factos comprometedores para várias figuras públicas brasileiras, refere a Reuters.

"Isto mostra que até o homem mais poderoso do Congresso pode ser derrubado por corrupção e outros erros", afirmou David Fleischer, professor na Universidade de Brasília, àquela agência noticiosa.

De acordo com a instituição Transparência Brasil, citada pela Reuters, 60% dos 513 deputados da câmara encontram-se sob investigação. 





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    ao vivo

    Depois de 314 dias de processo, Câmara cassa Eduardo Cunha

    Atualizado Às 13/09/2016  01h27

    Terminou às 23h50 dessa segunda (12) um processo que se arrastava desde 3 de novembro de 2015, há 314 dias.

    Com 450 votos favoráveis, a Câmara dos Deputados decidiu cassar o mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Em consequência da decisão, o peemedebista fica inelegível até 2027.

    Acusado de mentir para a CPI da Petrobras quando afirmou que não tinha qualquer tipo de conta no exterior, Cunha teve apenas 10 votos em sua defesa, mais nove abstenções.

    Ele perde o mandato 12 dias depois do impeachment de Dilma Rousseff. O peemedebista diz que o papel que cumpriu no afastamento da presidente motivou a decisão da Câmara.

    Apenas dois deputados pronunciaram-se em defesa de Cunha durante a sessão: Carlos Marun (PMDB-MS) e Delegado Edson Moreira (PR-MG).

    acompanhe

    Terminamos aqui a cobertura ao vivo da votação que determinou a cassação do mandato de Eduardo Cunha.

    Obrigado pela audiência, leitores da Folha. Tenham uma boa noite!

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    Número baixo de votos para Cunha surpreende, diz deputado tucano

    O líder do PSDB na Câmara, Antônio Imbassahy (BA), afirmou que o total de 10 votos a favor de Cunha o surpreendeu, já que era esperada uma quantidade maior.

    "Foi percebido que ele estava com mandato cassado e os amigos e companheiros decidiram não ir pro sacrifico", avaliou.

    O deputado tucano disse, ainda, esperar que Cunha "conte tudo que ele sabe e possa contribuir com o país".

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    CUNHA CULPA GOVERNO POR APOIAR RODRIGO MAIA NA CÂMARA E DIZ QUE VAI DIVULGAR CONVERSAS SOBRE IMPEACHMENT

    Em declaração após sua cassação, o ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou que o governo de Michel Temer tem uma parcela de culpa no desfecho da votação.

    Ele afirma que, quando parte do PMDB apoiou a candidatura de Rodrigo Maia (DEM-RJ) para a presidência da Câmara, estava indiretamente dando apoio a sua cassação.

    "Quando começou a sessão, era óbvio que eu seria cassado. É uma pauta em que o presidente da casa, que foi apoiado pelo governo, se associou ao PT", disse.

    Cunha afirmou também que vai tornar públicas as conversas que teve com diversos políticos durante o processo de impeachment de Dilma Rousseff. Entretanto, afirmou que não tem nenhum tipo de gravação dos diálogos.

    Ele reiterou que se considera vítima de um processo político em retaliação por sua atuação quando o processo de impeachment de Dilma tramitava na Câmara.

    "Estamos vivendo um processo político em que eu virei um troféu para fomentar o discurso do golpe", afirmou.

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