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Brasil anula imposto para aplicações de investidores estrangeiros
Foi publicado hoje no Brasil, em Diário Oficial, um decreto que baixa de 6% para 0% o Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) para aplicações de investidores estrangeiros no Brasil. A medida pressupõe uma maior entrada de dólares no Brasil, reduzindo o preço da moeda norte-americana.
O Brasil anunciou hoje a descida do IOF para investidores estrangeiros no país de 6% para 0%, como parte de um plano para impedir a desvalorização do real face à moeda norte-americana, o dólar, segundo noticia o “Financial Times”. Com esta medida o Governo espera ajudar o presidente do seu banco central, Alexandre Tombini, a controlar os preços no consumidor.
Guido Mantega, ministro das Finanças, declarou que não existe um objectivo do Governo para a taxa de câmbio, que segundo ele é “flutuante” no Brasil. “Hoje, com a normalização do mercado e a redução das políticas expansionistas da Reserva Federal norte-americana, estamos aptos para remover esta barreira”, segundo o ministro das Finanças, Guido Mantega (na foto).
"O que queremos é diminuir o apetite principalmente dos investidores de curto prazo. Ficam atrapalhando porque vêm causar instabilidade no mercado. Quem vem para ficar um mês, dois meses, vai perder dinheiro. Quem vem para ficar um ano, aí vai ganhar, porque é um investimento de longo prazo”, explicou.
Ao longo dos últimos anos o Brasil tem criticado a relaxada política monetária norte-americana, que criou um “tsumani” de liquidez que inundou os mercados emergentes, inflacionando as suas moedas e retirando a competitividade das suas indústrias.
Contudo, nas últimas semanas, o real tem sofrido uma rápida depreciação face ao dólar, numa altura em que muito se especula em torno do fim da expansão monetária norte-americana. Desde o início de Maio, o real já subiu de 2,01 reais para um dólar para 2,14 reais por dólar.
“O Governo está a ficar preocupado que as condições globais de liquidez estejam a mudar muito depressa e que isso possa levar o real para um nível muito baixo”, afirmou Marcelo Salomon, economista do Barclays.