Notícia
As Falkland estão mesmo em território argentino
Uma decisão das Nações Unidas expande em 35% o território marítimo da Argentina abrangendo as ilhas Falkland, cuja soberania é disputada com o Reino Unido, país responsável pela sua defesa.
O The Guardian cita a ministro dos Negócios Estrangeiros argentina, que diz que o território do país aumentou em 1,7 milhões de quilómetros quadrados no Atlântico Sul, como resultado de uma decisão de uma comissão das Nações Unidas sobre os limites da plataforma continental da Argentina, que a fixa entre 322 e 564 quilómetros da costa (200 a 350 milhas).
O Governo argentino espera que a decisão o ajude na disputa que ainda tem com o Reino Unido sobre a soberania do arquipélago. Recorde-se que a Argentina perdeu em 1982 uma guerra de 74 dias com os britânicos pelo controlo das Falkland, durante a qual mais de 900 soldados morreram. Os dois países só restabeleceram relações 18 anos depois, mas o diferendo sobre o controlo das ilhas mantém-se.
Hoje, as Falkland têm um governo próprio, mas o Reino Unido é responsável pela sua defesa e relações diplomáticas. O Governo britânico tem sublinhado que os habitantes das ilhas não podem ser forçados a aceitar a soberania argentina.
"Este é um momento histórico para a Argentina, porque demos um grande salto na demarcação do limite externo da nossa plataforma continental", afirmou a ministra Susana Malcorra, citada pelo The Guardian. "Isto reafirma os nossos direitos de soberania sobre os recursos da nossa plataforma continental."
O recurso mais importante de que fala o Executivo argentino é o petróleo, cuja exploração foi sempre dos pontos mais controversos na relação Argentina-Reino Unido.
O Executivo britânico ainda não fez qualquer comentário e o Governo das Falkland disse ontem que espera que Londres esclareça as implicações da decisão das Nações Unidas. "Assim que tivermos alguma informação definitiva, poderemos divulgá-la", podia ler-se na declaração escrita de Mike Summers, presidente da Assembleia Legislativa das Falkland. "O nosso entendimento sempre foi que a ONU não tomaria decisões sobre extensões de plataformas continentais em áreas onde existem reivindicações opostas."