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Antes de reunir com Putin, Trump elogia Polónia por se opor à Rússia

Numa deslocação a Varsóvia para mostrar o compromisso com a NATO, o presidente norte-americano apontou os polacos como exemplo por se oporem a Moscovo e pediu trabalho conjunto para contrariar as forças que querem "apagar os laços de cultura, fé e tradição."

Reuters
06 de Julho de 2017 às 13:57
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Na véspera do previsto encontro entre os líderes dos EUA e da Federação Russa, Donald Trump deixou em Varsóvia elogios à Polónia por se opor com os parceiros da NATO ao "comportamento desestabilizador" de Moscovo ao mesmo tempo que secundava o comportamento polaco de desafio às instituições da União Europeia.

"Estamos a trabalhar com a Polónia na resposta às acções russas e ao comportamento destabilizador. E estamos gratos pelo exemplo que a Polónia constitui (…) ao ser uma das poucas nações que de facto cumpre com as suas obrigações financeiras," afirmou, referindo-se ao contributo de 2% do orçamento de defesa para a NATO.

A deslocação, justificada pela Casa Branca como forma de mostrar o compromisso dos EUA com a Aliança Atlântica, recorda as preocupações manifestadas pela Polónia com a anexação da Crimeia em 2014 e ao crescente posicionamento de forças russas junto à fronteira, que Moscovo diz ser uma resposta ao reforço da presença da defesa ocidental~do Báltico.

"Temos de trabalhar em conjunto para contrariar as forças, venham elas de dentro ou de fora, do Sul ou de Leste, que ameaçam a toda a hora enfraquecer esses valores e apagar os laços de cultura, fé e tradição que faz de nós quem somos," acrescentou.

As palavras de Trump que chegam a horas de um encontro simbólico com Vladimir Putin, numa altura em que continua a investigação ao eventual conluio entre a campanha presidencial republicana e responsáveis russos para influenciar o resultado eleitoral nos EUA, expondo e-mails da candidata democrata Hillary Clinton.

Na passagem pela capital polaca a caminho do encontro do G20 em Hamburgo, Alemanha, Trump falou numa conferência de imprensa conjunta com o presidente polaco, Andrzej Duda, e depois num discurso aos polacos numa praça de Varsóvia, além de insistir no discurso de aumentar os gastos em defesa, deixando o que pareceu ser uma crítica ao funcionamento da União Europeia.

"O Ocidente tornou-se grande não por causa da papelada e das regulamentações mas porque as pessoas puderam perseguir os seus sonhos e os seus destinos," afirmou, citado pela Reuters, condenando a "burocracia governamental" e usando referências anteriormente utilizadas para criticar a União Europeia.


"A questão fundamental do nosso tempo é se o Ocidente tem vontade de sobreviver," atirou.

Em Maio do ano passado, quando era ainda candidato à presidência – e a propósito do Brexit, que seria decidido em referendo semanas depois – Donald Trump (que apoiou a saída do Reino Unido do clube dos 28, considerou a União Europeia "muito burocrática" e "difícil".

Uma das questões que tem oposto Varsóvia a Bruxelas é a política de migração – recusando receber refugiados muçulmanos -, questão também sensível para a actual administração norte-americana que tem em vigor um impedimento à entrada de novos migrantes oriundos de sete países de maioria muçulmana.

O cepticismo em relação aos efeitos das alterações climáticas e o apoio à indústria do carvão são também dois outros assuntos que aproximam actualmente as chefias dos dois países, nota a Reuters.

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