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PR de Moçambique exige do novo Governo combate à corrupção e transparência 

O Presidente de Moçambique, Daniel Chapo, exigiu este sábado combate à corrupção, transparência e boa governação, após dar posso ao novo executivo, a quem pediu integridade e criatividade para resolver os problemas dos moçambicanos.

Luisa Nhantumbo/Lusa
10:05
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"A corrupção é uma doença que corrói o tecido do Estado e do povo, pelo que exortamos que estejam na linha da frente no combate ao uso abusivo de bens públicos; dos funcionários fantasmas, dos concursos simulados para favorecer amigos, famílias, colegas; dos cartéis que enriquem à custa do povo", apelou Daniel Chapo.

No seu discurso após a posse, o Presidente moçambicano pediu ao novo Governo uma atuação que concorra para a "harmonia social", apelando ao diálogo na busca de soluções visando o desenvolvimento do país.

"Queremos que sejam governantes íntegros, dinâmicos, criativos, que pautem pela vossa meritocracia, para que o vosso trabalho vá ao encontro do clamor do povo (...) Tenham sempre em mente que o tempo de letargia, de burocracia exacerbada, do amiguismo, do nepotismo, do clientelismo, do lambibotismo, da corrupção e outros males deve ser morto", apelou o chefe de Estado.

Daniel Chapo pediu ao novo executivo ações para a construção de uma independência económica do país e apelou para que nos primeiros cem dias priorize "ações que vão fazer diferença na vida do povo moçambicano" e não nas dos governantes.

"Temos que assegurar um Estado que funcione à vista de todos, com transparência e boa governação, publicando relatórios claros e transparentes sobre os lucros, despesas, dívidas e até situações de conflitos de interesse; acelerar os serviços de digitalização do Estado, tornando-os mais acessíveis, rápidos e seguros e reduzindo custos", defendeu o Presidente moçambicano.

Chapo lembrou aos membros do Governo que tomam posse num período em que Moçambique atravessa "grandes turbulências", apontando as manifestações pós-eleitorais, a polarização política e os ciclones que assolaram sobretudo o norte do país, o terrorismo na província de Cabo Delgado.

"A paisagem política económica e social que atravessamos não é das melhores, exigindo de todos nós uma forma diferente de abordar a governação para obtermos resultados diferentes que o nosso povo espera", apontou, indicando que a ação dos novos governantes deve reverter a tendência da deterioração das condições de vida, devolvendo as esperanças a um país que se quer de justiça social.

Após a tomada de posse dos novos ministros, Daniel Chapo presidiu a I Sessão do Conselho de Ministros de Moçambique.

Chapo nomeou na sexta-feira a antiga juíza e ministra da Justiça Maria Benvinda Levi para o cargo de primeira-ministra, continuando no novo Governo nas mesmas funções apenas o ministro da Defesa Nacional, Cristóvão Chume.

O novo executivo, anunciado em comunicado pela Presidência da República, conforme despachos do chefe de Estado, empossado na quarta-feira, conta com 12 ministros, além da primeira-ministra.

Na quarta-feira, durante o seu discurso de tomada de posse, Chapo prometeu lançar uma ampla reforma do Estado para reduzir o número de ministérios, criar novas entidades, fomentar a digitalização dos serviços públicos e combater a corrupção.

A eliminação da figura do vice-ministro e a reformulação dos cargos dos secretários de Estado e dos secretários permanentes, além da revisão do papel dos secretários de Estado nas províncias foram outras das promessas do novo chefe de Estado, que disse igualmente ir rever as regalias dos dirigentes públicos e o programa de privatizações do Estado.

A digitalização dos serviços públicos e a criação de um Ministério dos Transportes e Logística, essencialmente dedicado aos caminhos de ferro e aos portos, bem como a criação de um Tribunal de Contas e de tribunais intermédios que agilizem os processos, a par de centros de arbitragem, foram outras das medidas apresentadas por Daniel Chapo no que diz respeito à reforma do Estado.

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