Notícia
Há 36 anos com o mesmo presidente, Guiné-Equatorial anuncia eleições
Depois de o presidente de Angola ter anunciado que se iria afastar da vida política, o líder da Guiné-Equatorial - também no poder desde 1979 - fez saber que em Abril haverá eleições presidenciais.
- 1
- ...
No mesmo dia em que José Eduardo dos Santos, presidente de Angola anunciou que se vai retirar da política em 2018, o presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang (na foto) anunciou eleições presidenciais para o próximo dia 24 de Abril.
Com 73 anos, Teodoro Obiang é o líder político há mais tempo no poder, contando mais de 36 anos à frente do país. O político que lhe segue na lista de líderes mundiais há mais anos no poder é justamente José Eduardo dos Santos.
O decreto-lei que marca o sufrágio presidencial para o próximo dia 24 de Abril foi aprovado pelo Conselho de Ministros e será lido esta sexta-feira, 11 de Março, na rádio e televisão estatais, escreve a agência espanhola Efe.
Se a notícia do afastamento do actual presidente angolano da vida política poderá acalmar as críticas internacionais à perpetuação do regime, o mesmo não é claro em relação a Obiang que não clarifica, para já, a sua recandidatura.
A 23 de Julho de 2014, a Guiné Equatorial assinava em Díli, Timor-Leste, a sua entrada na Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), depois de se comprometer com o fim da pena de morte. No entanto, até agora, o país só adoptou uma moratória da aplicação da pena morte e não avançou ainda com a abolição total da pena capital.
Em 2012, a revista Forbes classificava Obiang como como o pior líder africano, numa lista em que inclui também o nome do presidente de Angola.
A liderança prolongada de um país pelo mesmo protagonista político traz consequências políticas para o Estado, alerta a Freedom House. "Quer venha antes, durante ou depois da saída do líder, cada um destes países paga um preço pela ambição pessoal do líder em questão", sublinha a organização.
O regime de Obiang, no poder desde 1979, é considerado um dos mais corruptos do mundo pela organização não-governamental Transparency International.