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Crescimento de Angola é um íman para os empresários

Nove anos depois Cavaco Silva regressa a Angola. Reencontra um país diferente e um presidente da República, José Eduardo dos Santos, com poderes reforçados

Crescimento de Angola é um íman para os empresários
21 de Julho de 2010 às 13:33
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Ao fim de nove anos Cavaco Silva volta a Angola. Em 1991, o agora Presidente da República deslocou-se a Luanda, na qualidade de primeiro-ministro, no rescaldo dos acordos de Bicesse, que ditaram a paz entre o MPLA e a UNITA. O interlocutor será o mesmo, José Eduardo dos Santos, mas o quadro político e económico é substancialmente diferente.

Depois da revisão da Constituição do início do ano, o presidente da República de Angola viu os seus poderes reforçados. Eduardo dos Santos concentra as decisões e gere com sagacidade os equilíbrios entre as diferentes sensibilidades. Em contrapartida, a UNITA está cada vez mais fragmentada e sem capacidade para se assumir como oposição ao partido no poder, o MPLA.

Em termos económicos tudo é radicalmente diferente. Em 1991 o país saía aparentemente de uma guerra que, afinal, continuou até à morte do líder da UNITA, Jonas Savimbi, em Fevereiro de 2002. Nesses idos de euforia, logo após Bicesse, muitas empresas rumaram a Angola. As eleições de Setembro de 1992 prometiam o melhor, a paz, mas acabaram no pior, com mais guerra.

Mesmo num ano de crise
como foi o de 2099,
Angola captou investimento
estrangeiro na ordem
dos 5,4 mil milhões de euros.
Até 2002 os negócios em Angola fizeram-se ao sabor das batalhas e praticamente limitados a Luanda. De então para cá têm vindo sempre a crescer. Actualmente Angola é o quatro principal cliente de Portugal, com as exportações para este país a atingirem os 2,25 mil milhões de euros em 2009. E as perspectivas são animadoras. Um relatório da Comissão Europeia sobre as perspectivas económicas em África, aponta para que o PIB angolano cresça 7,4% este ano. Neste contexto, Fernando Jorge Cardoso, director do Instituto de Estudos Estratégicos Internacionais, considerou em declarações à Lusa que a visita de Cavaco Silva a Angola irá ter o efeito prático de "firmar negócios". É essa, pelo menos, a convicção das dezenas de empresários que irão acompanhar o Presidente da República.

Sinal dos tempos. Mesmo num ano de crise como 2009, conseguiu captar cerca de 5,4 mil milhões de euros de investimento estrangeiro. Também nesta pista, Portugal já não corre sozinho. CF






Ficha do País


Dados e números



Área

1.246.700 km2
População
18,5 milhões de habitantes (estimativa 2009)
Densidade populacional
14,8 hab. /Km2 (estimativa 2009)
Capital
Luanda - 4,5 milhões de habitantes (estimativa 2010 - EIU/World Gazetteer)
Outras cidades importantes
Cabinda (358 mil habitantes) Huambo (325 mil), Lubango (245 mil) Lobito (142 mil) e Benguela (128 mil)


Chefe do Estado
José Eduardo dos Santos (desde Setembro de 1979)
Presidente e Chefe do Governo
José Eduardo dos Santos
Vice-Presidente
Fernando Piedade Dias dos Santos "Nandó"
Data da actual Constituição
O MPLA adoptou uma Constituição de independência em Novembro de 1975, a qual sofreu diversas alterações, existindo uma nova Constituição datada de Janeiro de 2010
Principais partidos políticos
Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), no Governo, com 191 lugares no Parlamento; União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), principal partido da oposição, com 16 lugares; Os restante três partidos - Frente Nacional para a Libertação de Angola (FNLA), Partido Democrático Liberal (PDL) e Nova Democracia (ND) - repartem os restantes 13 lugares no parlamento


Religião
A maioria da população é cristã e aderente da Igreja Católica Romana, embora parte significativa da população pratique cultos e religiões locais
Língua
A língua oficial é o português, mas são falados diversos dialectos africanos (umbundo, kimbundu, kikongo, chokwe e kwanyama)
Unidade monetária
Kwanza de Angola (AOA)
1 EUR = 114,2505 AOA
(BdP - Maio 2010)
1 USD = 92,28 AOA
(previsão EIU 2010)


Risco País
Risco político - B (AAA = risco menor; D = risco maior)
Risco de estrutura económica - BB
Ranking em negócios
Índice 4,06 (10 = máximo)
Ranking geral EIU (Maio 2010): 82 (entre 82 países)
Risco de crédito Cosec (Junho 2010): 6 (1 = risco menor; 7 = risco maior)
Grau da abertura e dimensão relativa do mercado
Exportações + Importações / PIB = 68,0% (2009)
Importações / PIB = 19,0% (2009)
Importações / Importações totais mundiais = 0,12% (2008)


Fontes: Aicep, The Economist Intelligence Unit (EIU); Organização Mundial de Comércio (OMC) Banco de Portugal e COSEC - Companhia de Seguros de Crédito.







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