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Bilionário da mineração volta à Guiné com ajuda de Sarkozy

Bilionário reconcilia-se com a Guiné, com a ajuda de Nicolas Sarkozy, após meses de negociações.

Bloomberg
03 de Março de 2019 às 16:00
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O bilionário magnata da mineração israelita Beny Steinmetz está a fazer um regresso dramático à Guiné após pôr fim a uma amarga disputa com o país da África Ocidental que levou o seu império comercial a ajoelhar-se.

 

O acordo, mediado pelo ex-presidente francês Nicolas Sarkozy, encerra uma disputa de sete anos centrada num dos depósitos minerais mais ricos do mundo, que incluiu uma lista pitoresca de personagens como o bilionário George Soros e o ex-líder britânico Tony Blair, além de pesos pesados da mineração como a Rio Tinto e a Vale.

 

Após meses de negociações secretas, a BSG Resources de Steinmetz fechou um acordo com o presidente da Guiné, Alpha Condé, para retirar as acusações de corrupção feitas mutuamente durante anos e abandonar o processo de arbitragem de dois anos relacionado com um dos depósitos minerais mais famosos do mundo - o projeto de minério de ferro de Simandou.

 

A Guiné também concordou em formar uma parceria com o magnata da mineração Mick Davis, que desenvolverá a mina de minério de ferro de Zogota assim que as disputas forem resolvidas, marcando o retorno de um dos maiores nomes do setor.

 

A reconciliação coloca Steinmetz, a BSG Resources e Davis numa posição privilegiada para liderar o desenvolvimento das enormes reservas de minério de ferro da Guiné. Gigantes da mineração como a Rio Tinto, a Vale e a Aluminum Corporation of China não conseguiram desenvolver projetos no país.

 

"Um bom acordo é muito melhor do que qualquer guerra", disse Steinmetz, que atua como conselheiro da BSG Resources, numa entrevista por telefone. "Nós éramos inimigos. Agora somos amigos e parceiros do governo da Guiné. Ambos deixamos o passado para trás e a BSG Resources e os seus funcionários e conselheiros ficam isentos."

 

Para Steinmetz, herdeiro de uma das principais empresas de diamantes de Israel, o acordo é um notável regresso às boas graças na Guiné. A BSG Resources pediu a recuperação judicial há um ano para se proteger do resultado do litígio e da arbitragem em que esteve envolvida no país. Em 2012, a Guiné retirou da BSG Resources os direitos sobre Zogota e sobre metade de Simandou, considerado pelas mineiras o maior depósito de minério de ferro não explorado do mundo. Um comité do Governo alegou que Steinmetz e os seus funcionários pagaram milhões em subornos para conseguir os direitos.

 

"Estamos todos muito satisfeitos com a situação", disse Steinmetz. "A Guiné quer trabalhar e vê-nos como pioneiros da situação do minério de ferro, porque ninguém mais a assumiu. A produção e a exportação de minério de ferro serão aceleradas e esta é uma situação em que todos ganham."

 

Sarkozy, que esteve no poder de 2007 a 2012, tinha relacionamentos com os dois lados e conseguiu costurar o acordo, segundo uma pessoa próxima da situação.

 

O antigo diretor Dag Cramer negociou o acordo para a BSGR, uma empresa de propriedade da fundação da família Steinmetz. Nos termos desse acordo, a empresa renuncia aos direitos a Simandou e a Zogota e Davis desenvolverá o menor depósito.

 

(Texto original: Mining Billionaire Ends Bitter Guinea Dispute After Months of Secret Negotiations)

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