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Produção de petróleo em Angola caiu 3,6% em 2023

Segundo o economista-chefe do BFA, José Miguel Cerdeira, este ano, a economia petrolífera está "entre a estagnação e crescimento ligeiro".

Há muitos fatores em jogo e um deles é a procura da China, que é o maior importador mundial de crude.
Nora Buli/Reuters
24 de Janeiro de 2024 às 10:36
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A produção de petróleo em Angola caiu 3,6% no ano passado face a 2022, para 1,09 milhões de barris diários, de acordo com os dados da Agência Nacional de Petróleo e Gás (ANPG).

 

"A produção de petróleo de Angola para o mês de dezembro foi de 34.798.255 barris, correspondendo a uma média diária de 1.122.524 barris de petróleo, contra 1.169.451 previstos" oficialmente, lê-se no 'site' do regulador petrolífero de Angola, o segundo maior produtor da África subsaariana, que assim confirma uma quebra de 4,1% face à estimativa para dezembro.

 

A divulgação dos dados de dezembro de 2023 permite saber a produção do ano total, que, de acordo com a análise do gabinete de estudos económicos do Banco Fomento Angola (BFA), foi de cerca de 400 milhões de barris, o que resulta numa produção diária de 1,09 milhões, cerca de 3,6% abaixo da produção do ano anterior.

 

"O segundo semestre foi marcado por uma recuperação nos níveis de produção, sendo que no mês de julho foram atingidos máximos desde agosto de 2022", aponta o BFA, notando que o primeiro semestre ficou 5% abaixo da produção média da segunda metade de 2023.

 

De julho a dezembro, aponta-se ainda no comentário semanal sobre a economia angolana, enviado aos clientes e a que a Lusa teve acesso, "a produção média foi de 1,12 mbd, um aumento de 5% em relação ao 1 º semestre e 1,2% em relação ao mesmo período de 2022", muito sustentado nas obras de manutenção do campo Dália em vários meses da primeira metade do ano.

 

Para este ano, o BFA antevê "que a tendência de aumento ligeiro se mantenha ao longo do ano de 2024, com uma produção média perto dos 1,11 mbd", acima da previsão expressa no Orçamento Geral do Estado de 1,06 milhões de barris.

 

Em entrevista à Lusa na semana passada, o economista-chefe do BFA, José Miguel Cerdeira, tinha afirmado que o cenário para a economia petrolífera está "entre a estagnação e crescimento ligeiro", apontando para uma expansão de 0,3 a 0,8%", o que fará o total da economia crescer entre 1,9 a 2,4%.

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