As empresas petrolíferas estatais trabalham "num modelo muito desactualizado" que é preciso alterar, afirmou Isabel dos Santos durante a sua intervenção na CERAWeek, conferência que reúne em Houston, EUA, as maiores empresas mundiais da indústria do petróleo e do gás.

A presidente da petrolífera angolana Sonangol defendeu que é preciso "criar a nova geração de empresas petrolíferas nacionais", o que passa pela construção de um modelo "que seja muito mais resistente às mudanças no preço do petróleo" para evitar que as empresas estejam "vulneráveis a estas variações".

Isabel dos Santos enumerou os quatro objectivos prioritários da Sonangol. O primeiro é o de reforçar a capacidade de fiscalização do Estado angolano enquanto principal accionista do sector. O segundo é o de aumentar o lucro e a eficiência, o terceiro passa por elevar o nível de transparência e o último foco é o de melhorar as capacidades de gestão, concentrando a empresas nas actividades "core".

Em paralelo, sublinhou que este processo de mudança só é possível como uma "liderança forte" e uma monitorização "rigorosa" das alterações de gestão que estão a ser efectuadas. Como exemplo da transformação que está a ser realizada na Sonangol, Isabel dos Santos apontou a meta de redução de 50% dos custos logísticos.

A líder da Sonangol, que participou como oradora no painel "Transforming Global E&P", sublinhou a necessidade da Sonangol em se concentrar nos negócios do petróleo e do gás. "Temos voltar a concentrar-nos no nosso ‘core business’" afirmou Isabel dos Santos, apontando a malaia Petronas, como exemplo de uma companhia que está a desinvestir em áreas não "core" e a focar-se na essência do negócio.