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Eduardo dos Santos promete transparência e critica os EUA

O presidente angolano, no seu discurso do Estado da Nação, prometeu um combate mais efectivo ao crime económico e deixou críticas veladas à política externa norte-americana.

17 de Outubro de 2016 às 12:19
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José Eduardo dos Santos disse esta segunda-feira, 17 de Outubro, durante o discurso do Estado da Nação, que Angola perdeu seis mil milhões de dólares de receita de fiscal em resultado da queda do preço de petróleo. Num discurso longo, de 36 minutos, o presidente angolano acrescentou que o seu Governo desenhou uma "estratégia para a saída da crise" que passa pela diversificação da economia e prometeu "mais transparência na gestão da coisa pública".

Um dos aspectos mais marcantes do discurso de José Eduardo dos Santos relacionou-se com a análise que fez da política internacional. O chefe de Estado angolano criticou a política externa conduzida pelos Estados Unidos da América, nos consulados de George W. Bush e Barack Obama, a qual quis "impor os seus valores políticos com resultados adversos", tanto no Médio, como na Ásia e em África.

Neste particular, José Eduardo dos Santos fez um desafio indirecto ao futuro secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres" ao desafiar esta entidade a ter um "papel mais activo" a nível mundial.

José Eduardo dos Santos abordou as eleições no país marcadas para o próximo ano, pedindo que exista um clima de diálogo, mas não revelou o véu sobre o seu futuro político. "Estamos habituados a lidar com a adversidade e a ultrapassar obstáculos" afirmou, uma frase que pode ser entendida como um sinal de que voltará a ser o cabeça de lista do MPLA nas eleições de 2017.

O chefe de Estado angolano garantiu que estão a ser dados "passos seguros" para diminuir a dependência de Angola face ao petróleo e considerou que a situação em Angola não pode ser comparada com a de outros países. "Não podemos falar do nosso país como estivéssemos a falar de Portugal, Cabo Verde ou Senegal. A nossa história não é igual à dos outros". Esta foi, aliás, a única referência que José Eduardo dos Santos fez a Portugal.

Em nenhum ponto do discurso, Eduardo dos Santos fez qualquer "mea culpa" sobre a situação económica e financeira do país, sublinhando antes o esforço feito na "desminagem, reconstrução, reequipamento e organização do país" e atribuindo a crise a factores externo, sobretudo à "ruptura brusca do preço do petróleo".

A nível interno, o presidente angolano estabeleceu três prioridades, o combate a emigração à ilegal, a luta contra a criminalidade violenta e o combate aos crimes económicos. A este propósito, José Eduardo dos Santos, prometeu "passos mais efectivos" no "combate ao branqueamento de captais e financiamento do terrorismo", através da unidade de informação financeira. 

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