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Tiago Monteiro reclama seis milhões de euros ao Estado

Há quatro anos, o Governo de José Sócrates concordou em financiar a entrada da equipa de Tiago Monteiro nos campeonatos de GP2 (a segunda divisão da F1), como forma de promoção do Autódromo Internacional do Algarve (AIA), que seria inaugurado em Novembro de 2008.

Negócios 10 de Dezembro de 2012 às 11:11
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A ajuda seria canalizada por via indirecta, através da Parkalgar, a empresa privada detentora do circuito de Portimão. Esta, por sua vez, pagaria ao ex-piloto. No fim, nem o Estado, nem a Parkalgar cumpriram o acordado. O processo foi feito nos bastidores, sem contratos formais, segundo o mesmo jornal.

Este processo foi feito sem o escrutínio público nem contratos formais, avança o Público, e surgem depois de o Estado ter patrocinado o mesmo piloto de forma oficial. Esse apoio no valor de dois milhões de euros valeu a participação do piloto portuense no mundial da F1, na épocas de 2005 e 2006, ao serviço da Jordan. Mais tarde, o Tribunal de Contas veio a considerar esse contrato ilegal.

O projecto remonta a 2008, e foi apadrinhado pelo secretário de Estado do Desporto,Laurentino Dias. A Oceanational (dedicada à investigação, desenvolvimento, produção de peças e acessórios para o sector automóvel, mas também à organização de eventos desportivo) propunha-se adquirir uma equipa de competição que se chamaria, Ocean Racing Technology, para participar nos campeonatos de GP2 entre finais de 2008 e 2011.

Laurentino Dias enviou por e-mail um memorando à Ocean, em que diz que o apoio será concedido através da Parkalgar, e terá o valor máximo de dois milhões de euros durante o período de três anos. Segundo o Público, esta tratou-se da forma que o Governo encontrou para financiar a equipa de Tiago Monteiro por via indirecta.

No entanto, a Ocean recebeu apenas um milhão de euros, dos seis milhões inicialmente previstos. No entanto, esta equipa continuou a competir e a publicitar o nome do Autódromo Internacional do Algarve [um dos propósitos do contrato], sem receber o dinheiro em causa, até que a Parkalgar deu entrada em Outubro deste ano, com um Processo Especial de Insolvência no Tribunal de Portimão.

Neste processo, a empresa de Tiago Monteiro não votou ao lado dos restantes credores, por defender que o Estado português é co-responsável pela dívida da Parkalgar.

E defende em tribunal: "O Estado português reconhecendo a importância que aqueles campeonatos [GP2] assumem como veículo privilegiadíssimo para divulgar o nome de Portugal e, especificamente, da Parkalgar e do seu Autódromo pelo mundo fora, empenhou-se fortemente em assegurar a presença de uma equipa portuguesa".

 Laurentino Dias contactado pelo Público desmente a intervenção do Estado no processo. "Nunca o Estado interveio no sentido de contratualizar ou protaculizar o que quer que fosse com a empresa", disse.

Nunca o Estado interveio no sentido de contratualizar ou protaculizar o que quer que fosse com a empresa 
Laurnetino Dias

Confrontado com a existência de um memorando, o ex-secretário de Estado do Desporto afirmou não se lembrar de ter escrito aquele documento. "O que eu estou a dizer é verdade. Não houve nenhum tipo de compromisso, fosse garantia ou protocolo. Conversei várias vezes  com eles e não mais do que isso", rematou.

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