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Operação Lex: Ordem dos Advogados apresenta queixa contra juiz Rui Rangel
A Ordem dos Advogados (OA) vai apresentar queixa ao Ministério Público contra o juiz Rui Rangel, acusado na Operação Lex, por suspeita da prática ilícita de atos próprios dos advogados, indica em comunicado.
25 de Setembro de 2020 às 15:41
Numa nota remetida hoje aos advogados e às redações, o bastonário Luís Menezes Leitão refere que, além da queixa contra Rangel, decidiu pedir aos conselhos de deontologia da OA a averiguação de eventuais práticas ilegais por parte de causídicos envolvidos no processo.
Uma vez que no processo Operação Lex estão acusados dois advogados, o bastonário decidiu pedir a averiguação da eventual responsabilidade disciplinar dos visados.
O juiz Rui Rangel, entretanto afastado da magistratura, está acusado de corrupção passiva para ato ilícito, abuso de poder, recebimento indevido de vantagem, usurpação de funções, fraude fiscal e falsificação de documento.
"Apesar do indiscutível impacto que este processo tem na imagem da nossa Justiça, o que nos prejudica a todos enquanto advogados, apelo a que transmitamos sempre aos nossos constituintes uma mensagem de confiança na atividade dos tribunais, a qual é essencial ao exercício da nossa profissão", observa Menezes Leitão.
Na operação Lex foram acusadas 17 pessoas, entre as quais o antigo presidente do TRL, o juiz Luis Vaz das Neves, o oficial de justiça daquele tribunal Octávio Correia e a sua mulher, o presidente do Benfica Luis Filipe Vieira e o empresário ligado ao futebol José Veiga.
Em causa estão crimes de corrupção passiva e ativa para ato ilícito, recebimento indevido de vantagem, abuso de poder, usurpação de funções, falsificação de documento, fraude fiscal e branqueamento.
Para garantia do pagamento das vantagens obtidas pelos acusados, num montante superior a 1,5 milhões de euros, o Ministério Público requereu o arresto do património dos arguidos.