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MP acredita que ex-administradores da PT ajudarão a explicar pagamentos de Salgado

O Ministério Público acredita que, em sede de julgamento, testemunhas como José Maria Ricciardi ou Patrick Monteiro de Barros podem evidenciar como foram angariados novos acionistas para a PT, permitindo a Ricardo Salgado controlar 30% da operadora, "justificando os pagamentos feitos a Zeinal Bava e Henrique Granadeiro".

MÁRIO CRUZ / LUSA
05 de Março de 2020 às 18:15
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O Ministério Público acredita que os testemunhos de ex-administradores da PT produzidos em fase de instrução relacionada com a OPA à Portugal Telecom e a venda da operadora brasileira Vivo, designadamente José Maria Ricciardi, Patrick Monteiro de Barros ou Rafael Mora, "podem ser determinantes em sede de julgamento".

 

O procurador do Ministério Público Rosário Teixeira salientou esta quinta-feira, no primeiro dia do debate instrutorio da Operação Marquês, que relativamente ao relacionamento do BES e da PT, assim como a pagamentos feitos por Ricardo Salgado a Zeinal Bava e Henrique Granadeiro, há matéria recolhida em inquérito que pode valer em julgamento.

 

"Testemunhas como José Maria Ricciardi, Patrick Monteiro de Barros e outras pessoas que passaram pela administração da PT podem evidenciar como foram angariados novos acionistas", de alguma forma "justificando os pagamentos feitos por Ricardo Salgado e Zeinal Bava e Henrique Granadeiro".

 

Rosário Teixeira frisou ainda que com Berardo, a Visabeira e a Ongoing, Ricardo Salgado passou a dominar 30% da PT. "É a grande vitória dele e isso justifica pagar o que pagou", apontou o procurador, explicando que além da OPA da Sonaecom à PT o mesmo aconteceu na venda da operadora brasileira Vivo.

 

"A vontade de Ricardo Salgado era que o dinheiro da venda da Vivo tinha de ser empregue em algo que pudesse controlar ", disse ainda o responsável do Ministério Público, explicando que por essa razão pôs pressão na decisão e a administracao da PT teve três dias "para comprar o único negócio que estava estudado no Brasil, a Telemar, "o único que interessava a Ricardo Salgado". "Uma entidade estranha com uma dívida enorme"."Ficaram presos ao triste fim", disse.

 

Pronunciando-se sobre o requerimento de abertura de instrução de Henrique Granadeiro, Rosário Teixeira acusou o antigo presidente da PT de teorias de conspiração e criação de realidades paralelas, apontando ainda o "elenco de uma série de justificativos completamente sem nexo sobre a origem dos 24 milhões de euros que recebeu nas suas contas". "São do mais imaginativo que se pode imaginar".

 

O procurador garantiu ainda que "nao houve prova obtida de forma ilícita nem ocultação de prova", explicando que "a informação que conseguimos da ES Enterprises contém as contas de origem e destino, o que permitiu identificar contas do banco Pictet de Henrique Granadeiro".

 

Também relativamente ao requerimento de abertura de instrução de Zeinal Bava, o procurador garantiu que a acusação não fez qualquer juízo sobre as intenções da OPA da Sonaecom sobre o grupo PT, garantindo que a oferta não teve êxito apenas "porque não chegou ao preço certo". 

 

Para o Ministério Público, "Ricardo Salgado pagou fortunas a Henrique Granadeiro e Zeinal Bava porque queria salvaguardar a sua jóia da coroa, que era a PT".

 

Sobre a acusação de pagamento de 18,5 milhões a Zeinal Bava, Rosário Teixeira frisou que o ex-CEO da PT "é a única pessoa nestes tempos de crise na Suíça que conseguiu ter rendimentos", para concluir que "não acredito que se tenha enganado num documento que assinou".

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