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Lagarde usa crise para justificar pagamento a Tapie

A ex-ministra das Finanças garante que não contestou a decisão para o pagamento de 403 milhões de euros ao empresário Tapie para não aumentar os custos legais do Estado.

6.ª Christine Lagarde (FMI)
Manteve a posição do rankingo do ano passado. A directora-geral do FMI é a sexta mulher mais poderosa a nível mundial, segundo a Forbes. O que acontece quando foi nomeada para segundo mandato à frente do Fundo Monetário Internacional. As várias crises económicas que tem de acudir mantêm-na presa ao topo.
Reuters
13 de Dezembro de 2016 às 14:17
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A antiga ministra das Finanças de França, Chiristine Lagarde, utilizou a crise financeira e a necessidade de reduzir os custos do Estado como justificação para o pagamento de 403 milhões de euros ao empresário Bernard Tapie, no segundo dia de julgamento do processo em que é acusada de negligência.

 

O caso prende-se com a disputa entre o empresário Bernard Tapie e o banco público francês Crédit Lyonnais pela venda da Adidas em 1993.

 

Um diferendo que Lagarde, enquanto ministra das Finanças, viria a resolver em 2008, enviando o caso para um tribunal arbitral que decidiu o pagamento de uma indemnização estatal de 403 milhões de euros a Tapie, incluindo 45 milhões de euros para compensação de "danos morais".

 

Em 2011, um tribunal francês abriu uma investigação à actual directora-geral do FMI para apurar se Lagarde terá favorecido Tapie. Três anos mais tarde, a ex-ministra passou de testemunha a acusada do crime de negligência. Lagarde recorreu e, em Julho passado, o Supremo Tribunal francês rejeitou o recurso e forçou a directora-geral do FMI a sentar-se no banco dos réus.

 

Questionada pela juíza Martine Ract Madoux, Lagarde afirmou que o caso estava longe de ser o único tema de preocupação, numa altura em que estava a emergir a grande crise financeira global.

 

"A minha obsessão na época era superar a crise financeira que estava a ameaçar-nos", disse Lagarde, em tribunal, acrescentando que decidiu não contestar a decisão para impedir que os custos legais subissem ainda mais.

 

A antiga ministra das Finanças negou ainda que as suas decisões tenham tido motivações políticas, apesar de Tapie ser amigo e defensor do ex-presidente Nicolas Sarkozy.

 

"Nunca recebi qualquer instrução, nem para um lado, nem para o outro", garantiu.

 

Lagarde corre o risco de ser sentenciada a um ano de prisão e ao pagamento de uma multa de 15 mil euros.

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