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Julgamento de Christine Lagarde arranca hoje

Inicia-se esta segunda-feira, 12 de Dezembro, em França, o julgamento de Christine Lagarde, directora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), por alegada negligência na gestão de dinheiros públicos.

Reuters
12 de Dezembro de 2016 às 09:00
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O caso prende-se com o exercício de funções de Lagarde enquanto ministra das Finanças de França, e sobre uma decisão que acabou por favorecer o empresário Bernard Tapie em 403 milhões de euros. Lagarde corre o risco de ser sentenciada a um ano de prisão e uma multa de 15 mil euros.

A ex-ministra das Finanças de França está acusada de ter sido negligente ao deixar que fundos públicos fossem indevidamente usados. Lagarde diz estar confiante de não ter feito nada de mal. "Negligente é uma ofensa não intencional. Penso que todos somos um pouco negligentes alguma vez na vida. Fiz o meu trabalho tão be quanto podia, dentro dos limites do que conhecia", afirmou Lagarde em entrevista à France2, citada pela Reuters.

 

Em Julho passado, o Supremo Tribunal francês rejeitou o recurso apresentado por Lagarde e confirmou que terá de sentar-se no banco dos réus.

 

O Tribunal de Cassação tinha decidido anular a arbitragem decretada por Lagarde quando era ministra do então presidente Nicolas Sarkozy para resolver o contencioso entre o Estado francês e Bernard Tapie pela venda da Adidas, em 1994, ao banco Crédit Lyonnais, que era à data uma instituição pública.

 

Por essa arbitragem, o Estado teve de indemnizar o empresário, próximo de Sarkozy, em 404 milhões de euros, com o argumento de que o Crédit Lyonnais tinha conseguido um lucro exagerado graças à Adidas.

 

Lagarde, titular da pasta das Finanças entre 2007 e 2011 e que iniciou em Julho o seu segundo mandato à frente do FMI, foi acusada por se considerar que agiu de forma negligente ao recorrer à arbitragem, o que beneficiou Tapie, em vez de deixar a justiça comum funcionar.

 

Neste caso, também são arguidos, entre outros, o seu chefe de gabinete em 2007 e actual presidente da operadora de telecomunicações Orange, Stéphane Richard, e o próprio Bernard Tapie, por "desvio de fundos públicos" e cumplicidade.

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