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Investigação às mortes em Pedrógão Grande com 12 arguidos

Três responsáveis da Protecção Civil foram acusados de homicídio por negligência. Ministério Público acredita que todas as mortes poderiam ter sido evitadas.

Reuters
Negócios 27 de Setembro de 2018 às 12:17
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O Ministério Público acusou doze pessoas na sequência do inquérito às responsabilidades pelas mortes no incêndio de Pedrógão Grande. Os arguidos são acusados dos crimes de homicídio por negligência e de ofensa à integridade física por negligência, sendo alguns destes de ofensa à integridade física grave, revela o comunicado do Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Leiria, citado pela Sábado. Os incêndios do dia 17 de Junho de 2017 mataram 66 pessoas.

Entre os acusados contam-se três autarcas de alguns dos concelhos atingidos pelo incêndio e comandantes operacionais da Protecção Civil. O Ministério Público acusa os comandantes dos bombeiros de serem alegadamente responsáveis pela morte de 64 das 66 pessoas que morreram nos incêndios. Por não terem respeitado as regras da Protecção Civil para o combate aos incêndios.

Os autarcas e funcionários de entidades privadas que tinham o dever de zelar pela manutenção de faixas de segurança das vias rodoviárias foram acusados de ofensa à integridade física por negligência. Na estrada N 236-1 morreram 47 pessoas.

"À data do incêndio, dos doze arguidos, dois eram quadros superiores de uma empresa de fornecimento de energia eléctrica, três estavam investidos em funções de comando e coordenação no âmbito da Protecção Civil, três eram funcionários superiores da empresa responsável pela manutenção da EN 236-1, três eram autarcas de municípios onde ocorreram vítimas, sendo ainda um funcionário de um desses municípios", refere o DIAP de Leiria no comunicado enviado.

A acusação, assinada pela procuradora Ana Simões, informa que tanto o Ministério Público como a Polícia Judiciária de Coimbra acreditam mesmo que as 66 mortes, os 253 feridos e as mais de 500 casas destruídas poderiam ter sido evitadas, se as regras da Protecção Civil no combate aos fogos tivessem sido seguidas e se a limpeza da floresta dos combustíveis acumulados tivesse sido devidamente planeada e concretizada, como já vinha referido no relatório independente pedido pela Assembleia da República.

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