Notícia
Investigação aos 900 milhões aplicados na Rioforte anexada à Operação Marquês
Uma das investigações sobre os 900 milhões de euros em aplicações da Portugal Telecom junto do Banco Espírito Santo passou a fazer parte da Operação Marquês, confirmou à Lusa a Procuradoria-Geral da República (PGR).
De acordo com a edição online da revista Sábado, o Departamento Central de Investigação e Acção Penal (DCIAP) decidiu, a 1 de Setembro passado, juntar à Operação Marquês um dos processos-crime que visa a Portugal Telecom (PT) e o Banco Espírito Santo (BES). Em causa está o investimento de 900 milhões de euros da PT na Rioforte, uma empresa do universo BES/GES entretanto falida.
Em resposta à agência Lusa, a PGR confirmou que "por despacho proferido no âmbito do inquérito da designada Operação Marquês, foi determinada a apensação do inquérito no qual se investigavam factos relativos à Portugal Telecom".
Segundo o Ministério Público (MP), citado pela Sábado, verifica-se uma "conexão de processos", ou seja, há factos e/ou indícios de crimes semelhantes imputados a vários arguidos comuns aos dois inquéritos, nomeadamente aos antigos administradores da PT, Zeinal Bava e Henrique Granadeiro.
O despacho judicial citado pela Sábado esclarece que, como na Operação Marquês já foram imputados a Zeinal Bava e Henrique Granadeiro o "recebimento de quantias pagas pelo Grupo BES" entre Novembro de 2010 e o mesmo mês de 2012, e caso não se fizesse a junção de inquéritos prevista no Código do Processo Penal, corria-se o risco de "não se alcançar a compreensão global dos factos" sob suspeita e a eventual "repetição de julgados".
A conexão e respectiva apensação dos dois processos foram comunicadas ao director do DCIAP, Amadeu Guerra, refere a revista.
A decisão do Ministério Público sobre o inquérito 'Operação Marquês', cujo principal arguido é José Sócrates, deverá ser conhecida até 20 de Novembro, depois de os procuradores terem recebido a última carta rogatória no dia 22 de Agosto.
O antigo primeiro-ministro José Sócrates está indiciado por fraude fiscal qualificada, corrupção e branqueamento de capitais.