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Ex-ministro de Lula da Silva diz que houve um "pacto de sangue" entre a Odebrecht e o PT

O ex-ministro brasileiro Antonio Palocci disse que o Partido dos Trabalhadores (PT) tinha um "pacto de sangue" com a Odebrecht e que a empresa destinou 300 milhões de reais (81,1 milhões de euros) ao partido em troca de favorecimento nos contratos da Petrobras.

Ueslei Marcelino/Reuters
07 de Setembro de 2017 às 00:23
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A informação foi confirmada por Adriano Bretas, um dos advogados do ex-ministro. Na tarde desta quarta-feira, Palocci prestou depoimento perante o juiz Sérgio Moro, responsável pelos julgamentos em primeira instância da operação Lava Jato, num processo que investiga se o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva (na foto) recebeu indevidamente da Odebrecht um terreno que seria doado ao Instituto Lula e de um imóvel vizinho ao seu apartamento, em São Bernardo do Campo.

 

O ex-ministro também terá dito que participou nas negociações para o pagamento destes subornos e, segundo o mesmo defensor, acrescentou que Lula da Silva recebeu quatro milhões de reais (um milhão de euros) em dinheiro vivo da Odebrecht.

 

António Palocci foi ministro das Finanças no Governo de Lula da Silva e também ocupou o cargo de ministro-chefe da Casa Civil durante o primeiro mandato da ex-Presidente Dilma Rousseff.

 

Numa mensagem publicada na rede social Facebook, a assessoria de comunicação de Lula da Silva rebateu o depoimento dizendo que a história que Palocci contou é "contraditória".

 

A publicação diz que a confissão e a acusação que Palocci fez contra Lula da Silva só se compreende porque o ex-ministro está preso e está a tentar negociar um acordo com o Ministério Público brasileiro "que exige que se justifique acusações falsas e sem provas contra o ex-Presidente".

 

"Palocci repete o papel de réu que não só desiste de se defender como, sem o compromisso de dizer a verdade, valida as acusações do Ministério Público Federal [MPF] para obter redução de pena", diz a assessoria de imprensa de Lula da Silva.

 

"O Instituto Lula reafirma que jamais solicitou ou recebeu qualquer terreno da empresa Odebrecht e jamais teve qualquer outra sede que não o sobrado onde funciona no bairro do Ipiranga em residência adquirida em 1991", conclui o comunicado.

 

O ex-chefe de Estado foi constituído arguido em Dezembro de 2016, acusado solicitar que a Odebrecht comprasse um terreno no valor de 12 milhões de reais em São Paulo, onde seria construída a nova sede do Instituto Lula, em troca de vantagens indevidas junto a Petrobras.

 

A acusação também afirma que Lula da Silva recebeu, como suborno, um apartamento vizinho à residência onde vive.

 

O ex-Presidente brasileiro já foi condenado a nove anos e seis meses de prisão pela prática dos crimes de corrupção passiva e branqueamento de capitais num outro processo da operação Lava Jato, no último mês de Julho. Lula, porém, pôde recorrer da sentença em liberdade.

 

Na última terça-feira, a Procuradoria-geral da República deduziu acusação contra Lula da Silva, Dilma Rousseff e outros seis membros do PT, acusando-os de integrarem uma organização criminosa que teria desviado dinheiro da Petrobras.   

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