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Europa e EUA investigam rede internacional de “insider trading”

França, Reino Unido e EUA estão a realizar investigações em paralelo sobre uma rede internacional de operadores que terão feito dezenas de milhões de dólares a negociar com base em informação que ainda não era pública. As suspeitas apontam também para o uso da imprensa para ajudar a fazer subir ações.

Reuters
26 de Junho de 2019 às 11:46
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As autoridades estão a investigar uma série de agentes na Europa e no Médio Oriente que terão realizado negociação de ações cotadas, e encaixado dezenas de milhões de dólares, antes de terem sido anunciadas negociações para fusões ou aquisições.

 

A notícia está a ser avançada pela Bloomberg, que cita um processo que deu entrada em Nova Iorque, em que o Ministério Público revela que há uma investigação focada em negociações realizadas na Europa e no Médio Oriente. Em causa estão negócios realizados antes mesmo de a imprensa ter noticiado potenciais operações, segundo fontes não identificadas, que pediram para não ser identificadas.

 

A investigação não é nova, estando em curso há alguns anos. Os Ministérios Públicos dos EUA, Reino Unido e de França têm desenvolvido esforços para realizar a investigação em paralelo, adianta a Bloomberg.

 

A investigação aponta para a existência de uma dúzia de operadores espalhados por Londres, Paris, Genebra, Dubai, entre outras cidades, que são suspeitos de terem desenvolvido relações com conselheiros, gestores, advogados e governantes onde era oferecido dinheiro e outros presentes em troca de informação relevante. Estas fontes também estão a ser alvo de investigações.

 

O Departamento de Justiça dos EUA também se debruça sobre o comportamento dos operadores, nomeadamente nas tentativas de usar a imprensa em seu benefício próprio. A investigação aponta para que esta rede passasse dicas à imprensa económica e financeira, incluindo a própria Bloomberg, com o objetivo de impulsionar a cotação das ações. A agência de informação americana salienta que os seus jornalistas, antes de publicarem uma notícia, falam com várias pessoas ativas no mercado e que recebem com regularidade informações de pessoas identificadas e anónimas. Mas que a política interna é não publicar qualquer "dica" sem confirmar antes com alguém que esteja diretamente relacionado com o caso em questão.  

 

Os operadores envolvidos neste esquema terão encoberto as operações através de empresas fictícias e de instrumentos financeiros complexos. E usavam aplicações encriptadas, como o WhatsApp, para comunicarem entre si. Além disso, trocavam de telemóvel com regularidade.

 

As fontes ligadas à investigação salientam que ainda não é certo que o processo avance.

 

A investigação, que decorre há anos, ganhou um novo impulso depois de um membro desta rede ter começado a cooperar com as autoridades.

 

A Bloomberg adianta que já terá havido uma detenção no âmbito desta investigação. A detenção foi realizada em novembro, na Sérvia, após um mandado de captura dos EUA. O operador, acusado de fraude, trabalhava a partir de Genebra e foi extraditado para os EUA em maio.

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