Notícia
Estado português vai indemnizar família de Ihor Homeniuk em mais de 800 mil euros
A decisão da Provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral, teve por base o "tratamento cruel, desumano e degradante" a que Ihor Homeniuk foi sujeito nas instalações do SEF, no aeroporto de Lisboa, em 12 de março, que resultou na morte do cidadão ucraniano.
31 de Dezembro de 2020 às 01:24
O Estado português vai indemnizar em mais de 800 mil euros a família de Ihor Homeniuk, o cidadão ucraniano morto em março sob custódia do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), avança o Diário de Notícias na edição de hoje.
A decisão da Provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral (na foto), teve por base o "tratamento cruel, desumano e degradante" a que Ihor Homeniuk foi sujeito nas instalações do SEF, no aeroporto de Lisboa, em 12 de março, que resultou na morte do cidadão ucraniano.
De acordo com o diário, que voltou esta semana a vender em banca, a família de Ihor vai receber uma indemnização imediata de 712.950 euros, à qual acresce uma pensão para os dois filhos do casal, enquanto estes estiverem a estudar, até aos 28 anos, num total que o advogado da família calcula em 834 mil euros.
Este montante aproxima-se (mas não atinge) o valor de um milhão de euros do pedido de indemnização civil que tinha sido apresentado ao tribunal em nome da viúva, Oksana Homeniuk, e dos filhos, Veronika e Oleg, de 14 e 9 anos.
O valor inclui também 50 mil euros para o pai de Ihor, Yaroslav, que ficou também viúvo um mês antes da viagem do seu filho para Portugal e, segundo a lei ucraniana, é também herdeiro.
Na decisão, a que o Diário de Notícias teve acesso, a Provedora de Justiça acrescenta que "quer pelas ações cuja prática se encontra estabelecida, quer pela omissão de cuidados no extenso período que antecedeu a morte, é possível concluir por um intenso grau de sofrimento prolongado no tempo" infligido ao cidadão estrangeiro.
Maria Lúcia Amaral sublinha que "este sofrimento foi decerto agravado pelo desconhecimento de outras línguas que não o ucraniano e o russo, com consequente dificuldade de compreensão do que se passava".
Na fixação dos valores, sublinhou que "é primeiramente de considerar, uma vez mais, as circunstâncias que conduziram à morte, em particular a frustração de todas as expectativas quanto à salvaguarda dos direitos fundamentais da vítima pelas instituições portuguesas, mas também pelo afastamento geográfico e linguístico".
A Lusa tentou confirmar as informações avançadas pelo DN junto da Provedora de Justiça, mas não obteve resposta até ao momento.
O cidadão ucraniano Ihor Homeniuk terá sido vítima, em março, das violentas agressões de três inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), acusados de homicídio qualificado, com a alegada cumplicidade ou encobrimento de outros 12 inspetores. O julgamento deste caso terá início em 20 de janeiro.
A decisão da Provedora de Justiça, Maria Lúcia Amaral (na foto), teve por base o "tratamento cruel, desumano e degradante" a que Ihor Homeniuk foi sujeito nas instalações do SEF, no aeroporto de Lisboa, em 12 de março, que resultou na morte do cidadão ucraniano.
Este montante aproxima-se (mas não atinge) o valor de um milhão de euros do pedido de indemnização civil que tinha sido apresentado ao tribunal em nome da viúva, Oksana Homeniuk, e dos filhos, Veronika e Oleg, de 14 e 9 anos.
O valor inclui também 50 mil euros para o pai de Ihor, Yaroslav, que ficou também viúvo um mês antes da viagem do seu filho para Portugal e, segundo a lei ucraniana, é também herdeiro.
Na decisão, a que o Diário de Notícias teve acesso, a Provedora de Justiça acrescenta que "quer pelas ações cuja prática se encontra estabelecida, quer pela omissão de cuidados no extenso período que antecedeu a morte, é possível concluir por um intenso grau de sofrimento prolongado no tempo" infligido ao cidadão estrangeiro.
Maria Lúcia Amaral sublinha que "este sofrimento foi decerto agravado pelo desconhecimento de outras línguas que não o ucraniano e o russo, com consequente dificuldade de compreensão do que se passava".
Na fixação dos valores, sublinhou que "é primeiramente de considerar, uma vez mais, as circunstâncias que conduziram à morte, em particular a frustração de todas as expectativas quanto à salvaguarda dos direitos fundamentais da vítima pelas instituições portuguesas, mas também pelo afastamento geográfico e linguístico".
A Lusa tentou confirmar as informações avançadas pelo DN junto da Provedora de Justiça, mas não obteve resposta até ao momento.
O cidadão ucraniano Ihor Homeniuk terá sido vítima, em março, das violentas agressões de três inspetores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), acusados de homicídio qualificado, com a alegada cumplicidade ou encobrimento de outros 12 inspetores. O julgamento deste caso terá início em 20 de janeiro.