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Dez anos depois Mikhail Khodorkovsky recebe o perdão de Putin
Vladimir Putin vai perdoar o antigo magnata russo, preso desde 2003. Estava acusado de vários crimes, como fraude e evasão fiscal, mas a sua prisão foi vista por muitos como uma forma de silenciar um opositor político.
Mikhail Khodorkovsky, o magnata russo que presidia a petrolífera Yukos, vai receber o perdão presidencial de Putin depois de quase 11 anos de prisão.
“Ele passou mais de dez anos na prisão, o que já é uma punição séria”, disse Putin, em declarações transmitidas esta quinta-feira pela estação televisiva Rossiya 24. “Ele alegou razões humanitárias, porque a sua mãe está doente. Penso que esta decisão pode ser tomada e, em breve, será assinado um decreto a perdoá-lo”.
Khodorkovsky, de 50 anos, foi detido em 2003 num aeroporto da Sibéria e condenado a 13 anos de prisão, depois de ter sido considerado culpado de seis crimes.
Os juízes do Tribunal de Moscovo consideraram que Khodorkovsy e também o seu sócio Platon Lebedev, os dois homens-fortes da Yukos, eram culpados das seis acusações que lhes foram lançadas – três por fraude, uma por evasão fiscal e duas por desrespeito a ordens judiciais.
A juíza Irina Kolesnikova considerou que o Ministério Público provou que os dois responsáveis defraudaram o governo russo em mil milhões de dólares (726 milhões de euros) durante a venda de activos estatais em 1990. Platon Lebedev também foi sentenciado a nove anos de prisão.
O líder da Yukos entrou em rota de colisão com o presidente russo, Vladimir Putin, quando tentou impedir que o governo aumentasse os impostos aplicados às petrolíferas, e sobretudo quando começou a financiar partidos políticos da oposição.
Putin, por sua vez, sempre rejeitou a tese de que as acusações à Yukos e a Khodorkovsky tivessem motivação política, referindo que se tratavam de meras investigações fiscais, à semelhança do que aconteceu nos Estados Unidos com a Enron e a WorldCom.
Quase 11 anos de prisão depois, o antigo magnata russo vai receber o perdão de Putin.