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Caso Sócrates: Vieira da Silva condoído, Lacão consternado

O vice-presidente da bancada socialista Vieira da Silva, membro de governos liderados pelo ex-primeiro-ministro José Sócrates, revela sentir "dor" pela situação vivida pelo antigo líder do PS, remetendo outros comentários para o novo secretário-geral, António Costa.

Paulo Duarte/Negócios
24 de Novembro de 2014 às 11:44
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Também à chegada ao Parlamento, outro antigo responsável de elencos presididos por Sócrates, Jorge Lacão, disse-se "consternado", sublinhando que "o importante" é a "acção política" do PS. O líder parlamentar, Ferro Rodrigues, escusou-se a adiantar qualquer posição lembrando que António Costa já se expressou em nome do partido.

 

"Sobre a posição do PS, já tudo foi dito pelo secretário-geral eleito pelo PS e nada tenho a acrescentar. Vejo com dor. Trabalhei vários anos com José Sócrates e a imagem que tive e tenho dele não é a que tem sido divulgada nos últimos dias. Habituei-me a ver uma pessoa que lutava até às suas últimas forças pela ideia e visão que tinha e queria do seu País", afirmou Vieira da Silva, ministro do Trabalho e Solidariedade Social e, depois, da Economia, Inovação e Desenvolvimento nos dois governos de Sócrates.

 

Para Vieira da Silva, "estas questões são dolorosas", desejando que, "tão rápido quanto a justiça o permita", José Sócrates "possa ser ouvido, defender-se das suspeitas também perante a opinião pública dada a dimensão mediática deste caso".

"O PS é um partido com uma história, uma tradição, uma memória, um passado, um presente e um futuro. O futuro do PS tem agora António Costa à frente e está bem entregue", acrescentou o deputado socialista.

 

Jorge Lacão, ministro dos Assuntos Parlamentares no segundo Executivo de Sócrates, defendeu que o antigo primeiro-ministro é um "cidadão" e "deve ser tratado pela justiça como qualquer outro".

 

"Como qualquer pessoa amiga de José Sócrates, estou consternado com a situação", sublinhou, concluindo que a "responsabilidade do PS, como sublinhou António Costa, é concentrar-se naquilo que é importante para o destino do País, a acção política".

 

Costa manifestou solidariedade para com José Sócrates, após ser eleito secretário-geral, no fim-de-semana, e não quis comentar a actuação das autoridades judiciais, adiantando que "o PS existe há 41 anos, e existirá por muitos mais anos, com uma agenda própria que transcende a agenda mediática do dia de hoje: é a agenda de construção de uma alternativa política para o País".

 

O ex-primeiro-ministro José Sócrates foi detido na sexta-feira à noite, quando chegava ao aeroporto de Lisboa, no âmbito de um processo de suspeitas de crimes de fraude fiscal, branqueamento de capitais e corrupção. Esta é a primeira vez que um antigo primeiro-ministro é detido para interrogatório.

 

Às primeiras horas de sábado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) confirmou, em comunicado, a detenção de quatro pessoas, entre elas José Sócrates, que hoje continua a ser interrogado no Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), em Lisboa.

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