A três dias do final do prazo legal para que as Finanças procedam à liquidação das declarações de IRS entregues este ano, a 31 de Julho, o Governo fez um balanço e anunciou que até ontem, dia 28, foram processadas 96% das declarações de imposto recebidas, correspondendo a 2,5 milhões de ordens de reembolso.

O comunicado, publicado na página oficial do Governo, revela também que as ordens de reembolso são superiores às que foram efectuadas no período homólogo de 2015: mais 58 mil declarações, o que corresponde a um acréscimo de 2,34%.

Também as ordens de reembolso emitidas ultrapassam em valor as do mesmo período do ano passado. Foram 2,25 mil milhões de euros, mais 262 milhões de euros que em 2015 até esta mesma altura.

As ordens de reembolso, sublinha ainda o Ministério, deverão estar na conta dos contribuintes que a eles tenham direito num prazo de quatro dias úteis, o prazo necessário para a acreditação na conta bancária que tenha sido indicada.

Este ano os reembolsos do IRS têm dado que falar, devido a vários percalços iniciais no processo sempre justificados pelo Governo com o facto de o sistema ser recente e ser este o primeiro ano em que as declarações de IRS apareceram pré-preenchidas.

Quanto ao aumento dos reembolsos, está em linha com o que o Governo já previa e terá a ver, sobretudo, com o facto de, no ano passado, com a entrada em vigor da reforma do IRS, ter sido introduzido um coeficiente familiar cujo custo terá sido subestimado pelo anterior Executivo. Em entrevista ao Negócios, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais afirmou, em Fevereiro deste ano, que estimava reembolsar mais 200 milhões de euros precisamente devido a esse facto.