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Taxa Tobin pode render 35 mil milhões de euros na Europa

As principais linhas para a criação de um imposto sobre as transacções financeiras na Europa serão conhecidas em breve

Taxa Tobin só avança com adesão de todos os países da UE
Negócios 30 de Janeiro de 2013 às 10:48
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As maiores economias da zona do euro iriam arrecadar entre 30 a 35 mil milhões de euros com a taxa prevista sobre transacções financeiras, de acordo com a proposta da Comissão Europeia, a que o "Financial Times" teve acesso.


O projecto de Bruxelas prepara o terreno para França, Alemanha e outros nove países da área do euro acordarem os termos exactos da chamada "taxa Tobin" europeia sobre as transacções de títulos, obrigações e derivados.

Segundo o jornal, o documento de Bruxelas, que será publicado dentro de semanas, é a base para as negociações entre os 11 estados, que já não precisam de permissão para implementar esta taxa, apesar da oposição de países como a Grã-Bretanha ou Suécia.

O projecto, elaborado pelo comissário europeu Algirdas Semeta, será  reforçado por regras de luta contra a evasão fiscal, deixando de haver vantagens em deslocar a sede ou actividade para fora dos 11 países que vão avançar com a taxa (incluíndo Portugal).

 

Segundo o documento, está prevista uma taxa de 0,1% sobre a transacção de acções e obrigações e de 0,01% sobre derivados, atribuído a instituições financeiras com sede na área tributária ou que estejam a comercializar esses activos em nome de qualquer investidor nesta região.


Numa tentativa de repressão à evasão, a Comissão propõe que o imposto seja também aplicado a operações realizadas onde o produto financeiro foi emitido, mesmo se isso acontecer na Ásia, EUA ou Grã-Bretanha.

Embora a proposta aponte para a entrada em vigor em Janeiro de 2014, responsáveis dizem ao jornal que as negociações podem demorar muito mais tempo e vão depender em parte da vontade de Berlim para um acordo rápido.

Os 30 a 35 mil milhões de euros gerados seriam mais do que o esperado. Segundo o FT, o amplo alcance do imposto projectado surgirá como uma surpresa para alguns Estados membros e ainda é susceptível de desencadear um debate intenso, mesmo dentro da Comissão, de acordo com altos funcionários europeus.

Isenções extra também estão incluídas no projecto de Bruxelas, em parte para amenizar o impacto nos fundos de pensão e na actividade económica.

 

A proposta da Comissão Europeia deixa de fora a tributação de Estados da zona euro ou bancos centrais no que respeita à comercialização de dívida soberana em mercados secundários, continuando, no entanto, o imposto em vigor no caso de serem investidores privados. As transacções em moeda local também estão isentas.
 

Para ganhar consenso político, outras excepções serão prováveis, diz o jornal.

 

Entre os países que já manifestaram interesse num imposto sobre transacções incluem-se Portugal, Bélgica, Alemanha, Estónia, Grécia, Espanha, França, Itália, Áustria, Eslovénia e Eslováquia.

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