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Quando Costa citou Lenine para explicar a Jerónimo o adiamento no IRS

A dúvida era do PCP. O Governo adiou para 2019 parte da devolução do IRS por motivos eleitorais? Costa confirmou que assim será mas recusou aquela explicação.

Miguel Baltazar
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O primeiro-ministro admitiu no Parlamento que a devolução do IRS será feita em dois anos, mas rejeitou que por trás desta decisão estejam motivações eleitoralistas. A questão apareceu no primeiro debate quinzenal pela voz de Jerónimo de Sousa, que viu António Costa usar - sem querer, como sublinhou - uma frase de Lenine para explicar a razão por trás daquela decisão. 

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Não é aceitável que uma medida tão importante fique sujeita a esse tipo de aproveitamento" disse Jerónimo de Sousa, desafiando António Costa a dar explicações sobre o facto de as tabelas de retenção na fonte de IRS, publicadas na semana passada, não reflectirem por completo a redução de IRS prevista, adiando assim uma parte dessa devolução para 2019, ano de legislativas. 

António Costa garantiu que o Governo vai "dar sequência ao conjunto destas medidas" que tinham sido acordadas, mas referiu que, "desde o início, o Governo assumiu que a redução da carga fiscal tinha que ser distribuída por dois anos. Não por razões eleitorais mas por razões orçamentais". 

Costa argumentou também que "quanto mais cedo" for devolvido o IRS "mais gratos ficarão" os portugueses, desvalorizando assim o facto de parte da devolução ter sido calendarizada para um ano eleitoral.

"Infelizmente temos de distribuir [em dois anos] para que que cada passo que damos não damos dois passos atrás. Isto agora saiu-me. Não foi de propósito". Costa tinha citado Lenine e o comentário final não passou ao lado do líder do PCP. "Não é crime citar Lenine, por enquanto", disse Jerónimo de Sousa, sorrindo. 

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