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Costa espera acordo em julho sobre taxação mínima das multinacionais e do digital

O primeiro-ministro considerou este sábado que a reunião do G20, em julho, é uma oportunidade única para que haja um acordo internacional alargado em torno da taxação mínima das multinacionais e das empresas do digital.

Nuno Fox / Lusa
22 de Maio de 2021 às 18:43
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António Costa assumiu esta expectativa numa conferência de imprensa conjunta com o vice-chanceler e ministro das Finanças da Alemanha, Olaf Scholz, em São Bento.

"A reunião de julho do G20 é uma oportunidade muito importante - diria mesmo, única - para podermos ter um acordo político alargado, tendo em vista desbloquear as negociações em curso e podermos avançar para haver uma situação sólida do ponto de vista financeiro também na União Europeia", declarou o líder do executivo português.

Numa alusão às futuras fontes de financiamento para suportar o fundo de recuperação e resiliência acordado em julho do ano passado, o primeiro-ministro advertiu que "a Europa tem uma enorme responsabilidade no sentido de dotar a União Europeia dos recursos próprios necessários para financiar este esforço de investimento comum" no combate à crise provocada pela covid-19.

"É muito importante haver agora melhores condições a nível internacional para que haja não só um acordo no âmbito da União Europeia, mas também ao nível da OCDE [Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico], relativamente à taxação mínima das empresas multinacionais e sobre a taxação digital", afirmou, aqui numa alusão à posição da nova administração norte-americana.

Neste ponto, António Costa insistiu que estas taxas sobre multinacionais e sobre o digital criarão "uma enorme capacidade de a União Europeia sustentar o esforço de investimento comum que irá ter de fazer para responder às necessidades decorrentes das transições climática e digital".

"São investimentos essenciais e urgentes para as gerações futuras e para a sobrevivência da humanidade. Não podemos adiá-los. Mas só os conseguiremos fazer numa base internacional alargada, porque cada Estado-membro, por muito grande que seja, não terá força efetiva. Portanto, é preciso forçar cada vez mais a cooperação internacional", argumentou o primeiro-ministro português.

Neste ponto, o vice-chanceler germânico criticou a competição fiscal entre países e acentuou a necessidade de haver recursos para que os diferentes Estados possam financiar políticas sociais e investimentos em infraestruturas.

"No plano internacional, temos agora a oportunidade de alcançar um acordo em torno de uma taxa global mínima para multinacionais e plataformas digitais. Compreendemos a posição da nova administração dos Estados Unidos, o que nos dá expectativa de alcançar um acordo já neste verão", acrescentou Olaf Scholz.
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