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Mangualde é o município de pequena dimensão com mais verbas do PRR aprovadas

Análise da comissão nacional de acompanhamento do PRR revela que, entre municípios de pequena dimensão, Mangualde é o que tem mais financiamento para investimentos aprovado, num total de 81,6 milhões. Seguem-se Oliveira do Hospital e Sines. Empresas são os principais beneficiários finais.

Pedro Catarino
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Mangualde, Oliveira do Hospital e Sines são os municípios de pequena dimensão com o maior montante total de investimentos aprovados no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). A conclusão resulta de uma análise divulgada esta sexta-feira pela comissão nacional de acompanhamento do PRR, que foi ver como estão a ser distribuídos os apoios em termos geográficos.

Nesta análise à aplicação das verbas da "bazuca" europeia, a comissão de acompanhamento do PRR centra a atenção apenas nos beneficiários finais (que são responsáveis pela implementação e execução física e financeira dos investimentos e que podem ser entidades públicas ou privadas) entre os municípios de pequena dimensão do Continente, ou seja, com até 20 mil habitantes. Assim, dos 278 municípios do Continente, a análise foca-se nos dados de execução de 164 concelhos.


Desses, mais de metade (83) têm investimentos aprovados de um montante inferior a 5 milhões de euros e 40 concelhos (24%) contam com um montante total aprovado "entre 5 e 10 milhões de euros". Com valores superiores a esses, 27 autarquias (16%) apresentam montantes "entre 10 e 20 milhões de euros", e 14 (9%) possuem montantes aprovados que "superam os 20 milhões de euros". 

A lista dos municípios de pequena dimensão com maiores montantes aprovados é liderada por Mangualde, do distrito de Viseu. O concelho com pouco mais de 18 mil habitantes conta com um total de investimentos aprovados no valor de 81,6 milhões de euros. O valor corresponde quase à soma do total de investimentos aprovados pelo segundo e terceiro municípios mais apoiados: Oliveira do Hospital e Sines. 

Entre os investimentos do PRR aprovados que se destacam em Mangualde está a agenda mobilizadora do PRR "Green Auto", liderada pela fabricante automóvel Stellantis e na qual estão integradas 37 entidades diferentes. Em julho, por ocasião da visita do Governo e do Presidente da República à fábrica, esse investimento, que prevê a produção de veículos elétricos, contava já com uma taxa de execução de 51%.

No caso de Oliveira do Hospital, a análise feita pela comissão liderada por Pedro Dominguinhos revela que o município do distrito de Coimbra, com 19 mil habitantes, conta com 46 milhões de euros em investimentos aprovados com o PRR. Já Sines, no distrito de Setúbal com 14 mil habitantes, tem um montante total aprovado de 40 milhões.

Em Oliveira do Hospital, destacam-se projetos direcionados para energias renováveis e valorização da zona industrial, no laboratório colaborativo Cecolab e no campus de tecnologia e inovação BLC3. Já em Sines, um dos investimentos de maior dimensão é a "Agenda Nexus", liderada pela Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS), que prevê a promoção da transição digital e ecológica do setor dos transportes e da logística.

Seguem-se os municípios de Constância (33,8 milhões de euros), Castro Verde (33 milhões de euros), Vila Real de Santo António (31,7 milhões de euros), Vila Velha de Ródão (30,4 milhões de euros), Aljustrel (28,8 milhões de euros), Nelas (28,6 milhões de euros), Alcanena (28,4 milhões de euros), Grândola (23,9 milhões de euros), Batalha (22,9 milhões de euros), Nazaré (21 milhões de euros), Monção (20,5 milhões de euros) e Campo Maior (18,5 milhões de euros), que fecha o top 15 de maiores beneficiários.

Por outro lado, o montante mais reduzido entre os municípios de pequena dimensão ronda os 324 mil euros e é relativo a Ferreira do Alentejo.

Em termos de representatividade regional, o top 20 de maiores beneficiários a nível municipal é constituído por três concelhos da comunidade intermunicipal (CIM) de Dão Lafões (Mangualde, Nelas e Vouzela), 3 da CIM da região de Coimbra (Oliveira do Hospital, Lousã e Arganil)2 da CIM do Alentejo Litoral (Sines e Grândola), 2 da CIM do Médio Tejo (Constância e Alcanena), 2 da CIM do Baixo Alentejo (Castro Verde e Aljustrel), 2 da CIM do Alto Minho (Monção e Melgaço), 2 da CIM do Alto Alentejo (Campo Maior e Ponte de Sor).

A comissão de acompanhamento do PRR revela ainda que há um concelho da CIM do Algarve (Vila Real de Santo António), da Beira Baixa (Vila Velha de Ródão), da Região de Leiria (Batalha) e do Oeste (Nazaré) na lista dos municípios com maior montante total em investimentos aprovados.

Segundo a análise realizada, as empresas são os principais beneficiários destes investimentos, "designadamente através das agendas mobilizadoras, bem como dos programas de "Descarbonização, Bioeconomia Sustentável ou Hidrogénio e Gases Renováveis". "A exceção é Vila Real de Santo António, onde o investimento na Habitação, por parte do município, assume uma posição de liderança", revela.

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