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Professores mantêm greve desta quarta-feira
No final de uma reunião com o Governo, Mário Nogueira afirmou que não há razões para desconvocar a greve marcada para esta quarta-feira.
"A greve amanhã vai fazer-se. Será do nível de participação na greve que poderá conseguir-se, dentro de dias, aquilo que para nós é essencial no âmbito do descongelamento de carreiras", disse, no final de uma reunião com o Governo, em declarações transmitidas pela RTP3.
Mário Nogueira admite que a reunião prossiga ainda esta terça-feira ou na quinta-feira, mas apela à participação na greve, que considera relevante para que as reivindicações de professores sejam consideradas.
"Não ficou fechada a porta da recuperação" do tempo, disse.
Segundo Mário Nogueira o Governo não transigiu na questão que para os professores é fundamental, a contagem do tempo de serviço, que os professores exigem e o Governo não quer fazer.
De acordo com Mário Nogueira, citado pela Lusa, o Governo usou argumentos jurídicos para justificar essa decisão e o sindicato respondeu com "o direito das pessoas de recuperar o tempo de serviço que cumpriram".
A Fenprof disse, está disponível para uma reposição faseada desse tempo mas após tantas horas de reunião "o Governo considera que não seria correto recuperar os anos que os professores perderam", tendo o Ministério das Finanças procurado "provar que esse tempo de serviço não podia ser recuperado".
"E isso para nós é inaceitável. Vamos amanhã fazer uma grande greve, do nível de adesão resultará a decisão do Governo", disse Mário Nogueira, acrescentando que "o plano jurídico é uma coisa e o plano político é outra".
Mário Nogueira salientou que "não foi fechada a porta das negociações" com o Governo, que podem continuar já na quinta-feira, mas reafirmou que será "determinante" o que acontecer na greve e manifestação em frente da Assembleia da República.
José Alberto Marques, presidente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa e da direcção da Fenprof, disse à Lusa que houve da parte das secretárias de Estado Adjunta e da Educação, Alexandra Leitão, e da Administração Pública, Maria de Fátima Fonseca, grande abertura para a continuação do debate sobre estas matérias.
O sindicalista salientou que a não contagem do tempo de carreira afeta professores nalguns casos em 15 anos, e disse que por saber que satisfazer as exigências dos sindicatos tem um impacto no OGE é que a Fenprof propõe um faseamento que pode ir até quatro anos.
Um docente com 30 anos de serviço, exemplificou, pode estar agora a passar para o quinto escalão quando devia estar no nono. E vai ganhar mais 90 euros quando devia ganhar 10 vezes mais.
(Notícia actualizada às 20:15 com mais informação)