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Rui Baleiras: Excedente não será beliscado, mas "deve haver juizinho"

Apesar de o aumento de pensões não comprometer as contas públicas no curto prazo, coordenador da UTAO mostra-se preocupado com o longo prazo. E pede cautela ao avançar com medidas como o bónus das pensões.

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Depois da discussão sobre se o Orçamento do Estado (OE) para 2025 tinha ou não folga para acomodar medidas da oposição, o coordenador da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) deixa uma outra visão sobre o assunto: as margens existem, o Governo até deve ser capaz de conseguir um brilharete em 2025, mas "deve haver juizinho" a aumentar despesa de forma permanente.

Numa entrevista ao Negócios e à Antena 1, no programa Conversa Capital, Rui Baleiras conclui que a meta de excedente oçamental do Governo "não é comprometida" com as propostas de alteração ao OE aprovadas - nem mesmo com o aumento estrutural adicional das pensões, com um impacto a rondar os 280 milhões de euros.

Questionado sobre se será possível conseguir um brilharete orçamental, o economista diz que "objetivamente, sim" e elenca vários milhares de milhões de almofadas no OE, desde os mecanismos de controlo da despesa, à sobreorçamentação da despesa e à suborçamentação da despesa, até potenciais dividendos extra da Caixa Geral de Depósitos e do Novo Banco. 

Mas o coordenador da UTAO lembra que há vários riscos para a economia e contas públicas portuguesas: não só a guerra na Ucrânia e no Médio Oriente, como conflitos comerciais e riscos para as dívidas soberanas (pela incerteza em França, Itália e Espanha).

"Há muito por onde acorrer em momento de dificuldades", admite. No entanto, para Rui Baleiras "temos de ter juizinho" e "não contar com este dinheiro para aumentar despesa permanente sem uma reflexão muito cuidada".

Em causa estão medidas como o bónus das pensões, que "têm de ser muito bem ponderadas". 

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