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Orçamento do Estado para 2023: Esquerda pede o controlo de preços, direita a redução de impostos

Os partidos com assento parlamentar “afinam” as prioridades para o Orçamento do Estado do próximo ano.

De acordo com uma análise da CMS Portugal, a diretiva que justifica a mudança     devia ser transposta até final de julho. Não se espera que a nova lei entre em vigor antes de janeiro.
João Miguel Rodrigues
20 de Agosto de 2022 às 11:40
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Depois de o Governo ter organizado, em 23 de julho, um Conselho de Ministros informal com vista à preparação da proposta orçamental, os partidos com assento parlamentar começam a definir as prioridades para o Orçamento do Estado para 2023, numa altura em que, na quinta-feira, terminaram os prazos para os serviços da Administração Pública submeterem os respetivos projetos orçamentais.

 

O PS, que detém atualmente a maioria absoluta, aponta como principal prioridade "fazer face à inflação, com medidas de apoio às famílias e às empresas, mantendo a dívida pública em trajetória descendente, fazendo avançar o investimento público em diferentes domínios".

 

Entre os partidos de direita, o Chega define a "redução de impostos" como prioridade para o Orçamento do Estado para 2023, a que acrescenta a necessidade de um "novo modelo de saúde que funcione" e o "aumento geral das pensões".

 

Em consonância com o Chega, o líder parlamentar da Iniciativa Liberal (IL), Rodrigo Saraiva, também define a necessidade de "baixar os impostos" como uma das prioridades orçamentais, considerando que se trata da "forma mais justa e célere de devolver poder de compra" às famílias.

 

Para a IL, "reduzir a despesa pública", "simplificar processos e mais transparência" são as outras prioridades que devem ser tidas em conta no Orçamento do Estado para 2023: "São necessidades estruturais, mais do que conjunturais. Alguns nem conjunturalmente as equacionam", refere Rodrigo Saraiva à Lusa.

 

À esquerda do espetro político, as exigências do Bloco de Esquerda (BE) passam por medidas que visam mitigar o efeito da inflação, designadamente ao "combater os lucros abusivos, controlar preços de bens essenciais e defender rendimentos das famílias".

 

No mesmo sentido, o PCP defende que "o que é verdadeiramente urgente e prioritário são medidas que respondam agora, e não só em 2023, a problemas que não podem ser adiados, designadamente as que correspondem ao aumento de salários e pensões exigíveis face à inflação e poder de compra, e ao controlo de preços, quer dos produtos energéticos, alimentares, quer de outros".

 

"As matérias de Orçamento do Estado e outras que, para lá dele, são decisivas nas condições de vida dos trabalhadores e do povo, serão consideradas a seu tempo", indica o PCP à agência Lusa.

 

O PAN define como prioridades o "alívio da carga fiscal das famílias" -- com, por exemplo, uma redução dos escalões de IRS ou "IVA zero no cabaz essencial para produtos como os legumes, fruta e pão" --, e uma "forte aposta na transição energética, na mobilidade suave, na ferrovia e no reordenamento florestal".

 

O partido liderado por Inês de Sousa Real diz ainda à Lusa que, no âmbito da discussão orçamental, vai propor novamente a "criação de unidades de cuidado de saúde na maternidade", e voltar a insistir na "aprovação da gratuitidade da distribuição de produtos menstruais nas escolas, universidades, centros de saúde e associações".

 

O Livre sublinha a necessidade de "subidas mais expressivas no salário mínimo e no salário dos funcionários públicos", "investir em serviços públicos que ajudem a diminuir o custo de vida, em particular nos transportes" e apostar "na revolução energética, em que Portugal deve ser ponta de lança, propondo a criação de uma empresa pública Hidrogénio Verde de Portugal". 

Contactado pela agência Lusa, o PSD não respondeu em tempo oportuno.

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