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Linhas gerais do OE 2020 não entusiasmam BE nem PCP

O ministro das Finanças já começou a apresentar o cenário macroeconómico aos partidos. Reuniões decorrem durante toda a manhã na Assembleia da República.

Lusa
10 de Dezembro de 2019 às 11:22
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O ministro das Finanças já apresentou as linhas gerais do Orçamento do Estado para 2020 ao BE e ao PCP, mas os partidos de esquerda não se mostram entusiasmados com o que ouviram. O BE diz que não é em 30 minutos que se fecham acordos e o PCP frisa que as divergências de fundo mantêm-se.

As reuniões começaram esta terça-feira, 10 de dezembro, às 9h00. O primeiro partido a conhecer as linhas gerais do OE 2020 e o cenário macroeconómico foi o PSD. Mas Afonso Oliveira, deputado social-democrata que fez parte da delegação, não fez comentários ao que ouviu do ministro das Finanças - nem sobre o cenário macroeconómico, nem sobre medidas. "Vamos analisar a proposta quando for entregue", disse, depois da reunião, ao Negócios. "Não temos nenhum comentário a fazer", frisou.

O BE entrou na reunião pelas 9h30, mas quando saiu o entusiasmo do bloquista não foi maior. Pedro Filipe Soares manteve a porta aberta para chegar a um entendimento, mas sublinhou que será preciso, por exemplo, garantir que bens como a eletricidade, têm um custo mais baixo. "Não conseguimos chegar ainda a patamares de entendimento com o Governo", reconheceu, frisando que o caminho feito "fica aquém" das pretensões do Bloco de Esquerda. "Não era neste curtíssimo espaço de tempo que chegaríamos a acordo," notou.

Os comunistas reuniram-se logo de seguida com Mário Centeno e o sentimento à saída foi idêntico. João Oliveira frisou que as "divergências de fundo" sobre a estratégia orçamental mantêm-se, nomeadamente porque o Governo prefere continuar a pagar "cerca de seis mil milhões de euros" pelo serviço da dívida, em vez de fazer um investimento maior nos serviços públicos e na economia.

Cenário "condizente" com o enviado a Bruxelas

À saída da reunião, Cecília Meireles, deputada do CDS, mostrou-se igualmente cética em relação ao Orçamento do Estado. Sublinhando que os centristas defendem finanças públicas equilibradas, notou que é importante evitar a degradação dos serviços públicos do país e ser exigente com a utilização dos recursos do Fundo de Resolução, que tem sido fortemente mobilizado para  resolver problemas no sistema financeiro.

Sobre o cenário macroeconómico que serve de base ao Orçamento do Estado, a deputada do CDS avançou que Mário Centeno indicou que será "condizente" com o enviado para Bruxelas. No esboço de orçamento do Estado, enviado para Bruxelas a 15 de outubro e num cenário de políticas invariantes, está previsto um saldo nulo e um crescimento do PIB de 2%. 

Neste momento, o ministro das Finanças está reunido com os deputados dos Verdes. O PAN, o Chega e o Iniciativa Liberal ainda vão reunir hoje com Mário Centeno também. Só o Livre terá o encontro marcado para outro dia, por falta de agenda da deputada Joacine Katar Moreira.

(Notícia em atualização)
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