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Jerónimo de Sousa: "Discussão sobre escalões de IRS ainda está muito verde"

O secretário-geral do PCP critica o investimento público demasiado baixo, não desiste de aumentos para todos na função pública e diz que a proposta do Governo para baixar factura da luz ainda está "nebulosa".

António Cotrim/Lusa
05 de Outubro de 2018 às 16:05
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Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, assume que a negociação com o Governo para aumentar o número de escalões do IRS "ainda está muito verde". Mas recusa que o PCP esteja conformado com as respostas do Executivo socialista e lembra que desde o início que o entendimento fechado com o PS não dá carta branca a António Costa para fazer o que quiser no Orçamento do Estado.

"Votaremos contra aquilo que consideramos negativo, votaremos a favor do que é positivo," garante o secretário-geral dos comunistas, em entrevista ao Observador, publicada esta sexta-feira, 5 de Outubro. 

Jerónimo de Sousa diz que o PCP quer aumentos salariais para todos os funcionários públicos, mesmo entendendo que deve haver uma preocupação com os rendimentos mais baixos. "Pela nossa proposta de valorização do salário mínimo estamos a pensar nos salários mais baixos, mas isso não deve implicar que outros escalões e outros trabalhadores, com salários médios ou com salários razoáveis, sejam postos de parte. Se é aumento salarial deve ser considerado para todos os trabalhadores", defendeu, quando questionado sobre os aumentos para a função pública.

O secretário-geral comunista aproveitou ainda para criticar a falta de investimento público, pondo em causa os anúncios que têm vindo a ser feitos pelo Executivo: "Apesar destes anúncios de milhões, milhões  e milhões de que o Governo vai falando em termos de infraestruturas, a verdade é que o investimento é baixíssimo."

Sobre as medidas para baixar os custos com a electricidade para os consumidores domésticos, Jerónimo diz que a proposta do Governo ainda é "nebulosa". Mas admite que o PCP dará prioridade a baixar a factura da luz, em detrimento da luta pela redução do ISP. "O objectivo primeiro e principal era, de facto, conseguirmos que as famílias e as empresas pagassem menos IVA de electricidade", diz Jerónimo.


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