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Bloco não esperava voto contra do PS mas mantém proposta de taxa sobre o imobiliário
“Do CDS já esperávamos voto contra, do PS não”, refere a deputada Mariana Mortágua, na sua conta no Twitter.
O Bloco de Esquerda ficou surpreendido com a posição do Partido Socialista em recusar a proposta de aplicar uma taxa sobre os negócios imobiliários.
"Do CDS já esperávamos voto contra, do PS não", refere a deputada Mariana Mortágua, na sua conta no Twitter.
A líder do partido, Catarina Martins, tinha referido na segunda-feira que a taxa proposta pelo partido para travar a especulação imobiliária tinha condições para ser aprovada no Orçamento do Estado para 2019.
Daí que a declaração de Carlos César tenha causado surpresa no Bloco de Esquerda. O líder parlamentar do PS manifestou-se hoje contra a taxa especial proposta pelo Bloco de Esquerda em relação a negócios no sector do imobiliário, contrapondo que a "especulação" combate-se com aumento da oferta de habitação acessível. Em declarações à agência Lusa, Carlos César afirmou que "não há qualquer intenção do Grupo Parlamentar do PS aprovar a proposta do Bloco de Esquerda".
O CDS foi outro dos partidos que se mostrou contra esta taxa, que apelidou de "taxa Robles". O PSD tem uma posição menos crítica, já que Rui Rio afirmou esta manhã que não rejeita "liminarmente" a taxa especial proposta pelo BE, considerando que "não é assim uma coisa tão disparatada".
A especulação expulsa mta gente das cidades. A nossa proposta dirige-se a fundos que ñ constroem ou reabilitam, só inflacionam preços. Do CDS já esperávamos voto contra,do PS não. É errado fechar portas ao princípio sem discutir medida. Mantemos proposta nas negociações.
— mariana mortágua (@MRMortagua) September 11, 2018
Apesar de Carlos César ter anunciado o voto contra do PS, Mortágua revelou que o Bloco de Esquerda mantém a proposta nas negociações com o Governo no âmbito da preparação do Orçamento do Estado.
"A nossa proposta dirige-se a fundos que não constroem ou reabilitam, só inflacionam preços", acrescentou a deputada.
No domingo, a coordenadora do BE, Catarina Martins, anunciou uma proposta para travar a especulação imobiliária explicando que o mecanismo proposto seria semelhante à taxação "dos movimentos da especulação em bolsa", sujeitando a uma taxa especial quem compra e vende num curto período de tempo e com muito lucro.