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Apoios à Turquia e à Grécia passam no Parlamento

PSD e PS trocam acusações sobre cumprimento dos compromissos internacionais. Os sociais-democratas reafirmam a abstenção às propostas de alteração ao Orçamento.

Miguel Baltazar/Negócios
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O PSD anunciou esta segunda-feira que vai abster-se na votação das propostas de alteração do PS que concretizam as verbas para apoiar a Turquia e a Grécia, o que garante a viabilização das normas mesmo que os restantes partidos votem contra.

Aos jornalistas, o deputado social-democrata António Leitão Amaro confirmou que o partido mantém a regra que definiu desde o início: "abstenção" nas propostas de alteração, "contra" nos artigos originais da proposta de lei.

Desta forma, as duas propostas passam com os votos a favor do PS, que somam 86 votos, mesmo que os outros partidos votem contra. Como a votação decorre na tarde desta segunda-feira, 14 de Março, em sede de comissão onde o PEV e o PAN não estão representados, os votos contra somam 52 - se a votação acontecesse em plenário (onde já estão o PEV e o PAN), as propostas passariam também.

Antes, o deputado do PS João Galamba tinha acusado o PSD falta de coerência na posições, lembrando o projecto de resolução que PSD e CDS entregaram em Outubro passado onde desafiavam o PS a mostrar que cumpria os compromissos internacionais. "Esta é a tradução material e orçamental de um compromisso assumido por Pedro Passos Coelho e Paulo Portas", disse João Galamba.

Galamba afirmou estar "chocado com o facto de, à primeira oportunidade, o PSD fazer o contrário do que defendeu".


A entrega de duas propostas de alteração foi a fórmula encontrada pelo PS para evitar o chumbo de dois artigos sobre compromissos internacionais, perante as resistências dos partidos à esquerda que são tradicionalmente contra estas disposições, que prevêem cerca de 130 mil milhões de euros para aqueles dois países: no caso da Turquia para apoiar os refugiados e no caso da Grécia para o resgate financeiro.

Leitão Amaro preferiu destacar a falta de apoio dos partidos à esquerda. "Afinal a estabilidade e a coesão dentro da maioria de esquerda não existe. Nos compromissos internacionais não aconteceu", afirmou e deputado social-democrata. 

Ao início da tarde, as duas propostas foram aprovada. No caso da Grécia, o PS votou a favor, o Bloco e o PCP contra e o PSD e o CDS abstiveram-se. Já no caso da ajuda à Turquia, o PS e o CDS votaram a favor, o BE e o PCP contra e o PSD absteve-se.

(Notícia actualizada às 16:25 com votação)

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