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PSD acusa Governo, PCP e BE de se preocuparem com os bancos mas não com as grandes empresas
No debate sobre o Programa de Estabilidade e o Programa Nacional de Reformas, Maria Luís Albuquerque tentou explorar uma das matérias que mais divisões tem revelado entre o Governo e os partidos à esquerda do PS.
"Medidas mesmo, e generosas, só para a banca. Depois de ter renegociado o empréstimo ao Fundo de Resolução em termos tais que passou efectivamente grande parte do custo para os contribuintes, a maioria propõe-se agora dar aos mesmos bancos a possibilidade de deduzirem os prejuízos correspondentes às imparidades durante 15 anos", disse a deputada do PSD, durante o debate dos dois documentos que o Governo aprovou na passada quinta-feira e que serão enviados para a Comissão Europeia de seguida.
A ex-ministra das Finanças lembrou depois que o Governo e a maioria de esquerda "logo no Orçamento do Estado para 2016 rasgou o compromisso sobre a reforma do IRC e reverteu o alargamento do prazo de reporte de prejuízos das empresas. Voltou aos cinco anos, quando a reforma do IRC o tinha alargado para 12".
A vice-presidente social-democrata defendeu que o que "fica agora claro é que para este Governo e os partidos que o apoiam, PCP e BE, só a banca merece cuidados e preocupações. Só no sector da banca as empresas podem ser grandes e ter mais tempo para deduzir prejuízos – pagando menos impostos. Só a banca precisa de reforçar capital".
Ao contrário do que acontece com a grandes empresas. "A esquerda não gosta de empresas grandes, que criem muitos postos de trabalho, que inovem, que invistam e que possam ter condições para competir além fronteiras, para serem players globais."
Depois da intervenção da deputada, o socialista João Galamba afirmou que os relatórios das agências de rating têm referido os problemas no sector financeiro "herdados do anterior Governo" e a forma como o Governo os tem resolvido.