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Portugal tem "dois a três anos" para reverter aumento da despesa permanente, avisa Centeno

O governador do Banco de Portugal diz que um dos desafios que o país tem pela frente é reduzir o peso da dívida pública. Para isso, precisa uma política de consolidação orçamental "credível".

Banco de Portugal, CMVM e ASF passam a ter maiores poderes para prevenir e combater a atividade financeira não autorizada em Portugal a partir de janeiro do próximo ano.
Duarte Roriz
29 de Novembro de 2021 às 11:08
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O país tem dois a três anos para reverter a subida da despesa permanente que se verificou desde o início da pandemia, e que não foi acompanhada por um crescimento idêntico da atividade económica. O aviso é de Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, e foi deixado esta segunda-feira, 29 de novembro, na conferência "Os desafios da Economia Portuguesa no Pós-Pandemia".

"O país tem uma janela temporal que avalio entre dois a três anos para reverter o aumento da despesa permanente acima da trajetória do PIB, observado em 2020 e 2021", disse Mário Centeno. O governador explicou que esta "janela temporal" deve ser utilizada para o país conseguir manter a sustentabilidade da sua dívida pública, que subiu muito nos dois anos de pandemia de covid-19.

Centeno reconheceu que "em todos os países a crise implicou um aumento da dívida pública", mas frisou que na zona euro a subida foi de 13 pontos percentuais, para 90% do PIB, enquanto em Portugal o aumento foi de 19 pontos percentuais do PIB, para 135%.

O ex-ministro das Finanças defende que, tendo sido necessário esse aumento para responder à crise, e apoiar famílias e empresas, é agora também preciso corrigi-lo, através de uma "política de consolidação orçamental credível".

Para fazer essa correção, defendeu Centeno, o país deve apoiar-se nos fundos europeus, disponibilizados através da implementação do Programa de Recuperação e Resiliência. "Perder esta oportunidade é desperdiçar o momento de integração europeia mais relevante desde a criação do euro", sublinhou o governador. E argumentou que "não conseguir retomar" o processo de redução do peso do endividamento, ao mesmo tempo que se promove o investimento, "seria imperdoável".
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