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Miranda Sarmento: Inapa? “Não quisemos ter uma nova Efacec”
O ministro das Finanças disse que a crise na Inapa "decorre da gestão da empresa" e que o Governo apenas "defendeu o dinheiro dos contribuintes" quando decidiu não aprovar uma injeção de emergência de 12 milhões de euros por parte da Parpública.
Em entrevista ao Público e à Renascença, o ministro do Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, disse que a intervenção do anterior Executivo socialista na Efacec foi um erro e justificou a atual decisão do Governo de Luís Montenegro de não salvar a Inapa como uma estratégia para não repetir esse mesmo erro.
"Aquilo que o Governo fez foi defender o dinheiro dos contribuintes", disse o ministro, dizendo que "colocar dinheiro numa empresa (…) para proteger 800 empregos na Alemanha, não pareceu a melhor utilização dos dinheiros públicos".
O governante disse ainda que a crise na Inapa "decorre da gestão da empresa" e que o Governo apenas "defendeu o dinheiro dos contribuintes" quando decidiu não aprovar uma injeção de emergência de 12 milhões de euros por parte da Parpública, maior acionista da empresa.
Como consequência, a empresa que opera na distribuição de papel formalizou esta semana o pedido de insolvência junto do Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste.
"Colocar dinheiro numa empresa, numa operação para proteger 800 empregos na Alemanha, não nos pareceu a melhor utilização dos dinheiros públicos. E não quisemos ter, ao contrário do Governo anterior, uma nova Efacec a sugar dinheiro dos contribuintes, a despejarmos dinheiro dos contribuintes nessa empresa. Agora veremos o que é que acontece, se há compradores para aqueles ativos ou se a empresa segue um processo de insolvência", defendeu Miranda Sarmento na mesma entrevista.
A mesma ideia já tinha sido defendida pelo ministro da Economia, Pedro Reis. "De cada vez que se toma decisões em relação à reestruturação de empresas e apoio a empresas, é muito importante proteger o dinheiro dos contribuintes. Muitas vez é mais fácil clamar por apoios públicos, mas muitas vezes também é preciso, pelo interesse público, avaliar bem onde é que esses apoios públicos estão", afirmou.