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Louçã: "PS e o seu governo ficam comprometidos" com uma negociação de reestruturação da dívida

O ex-líder do Bloco de Esquerda defende a relevância política das propostas do Grupo de Trabalho do BE e do PS inscritas no relatório de que é co-autor. Compromisso dos socilaistas "é uma viragem histórica assinalável", defende.

Miguel Baltazar/Negócios
03 de Maio de 2017 às 09:19
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O Partido Socialista e o seu governo estão a partir de agora comprometidos com uma negociação concreta com vista à reestruturação da dívida pública portuguesa, tendo como ponto de partida o relatório do grupo de trabalho sobre a sustentabilidade das dívidas externa e pública, defende Francisco Louça, co-autor do trabalho e ex-líder do Bloco de Esquerda. "É uma viragem histórica assinalável", escreve no Público.


Para o Louçã uma das grandes novidades do relatório é que "pela primeira vez na sua história, o PS se compromete com uma proposta de reestruturação da dívida. Nunca o tinha feito", escreve, considerando que a partir de agora os socialistas já não se podem ficar por enunciados gerais de defesa de uma solução europeia para a dívida. "O PS compromete-se aqui com um modelo concreto de uma reestruturação que implicaria um corte de mais de 70 mil milhões de euros na dívida directa do Estado, ou 39% do PIB", lê-se no texto intitulado "70 mil milhões de migalhazinhas", uma referência irónica aos que desvalorizaram a proposta do grupo de trabalho.

"Acho entusiasmante que os comentadores de direita desprezem a proposta, afirmando que só se trata de uma negociação europeia. Só? Dizem então que acham pouco. Pouco? Mais satisfeito fico por caírem na sua própria esparrela: precisamente por ser uma negociação europeia com objectivos quantificados, ficamos todos em condições de exigir conclusões dessas negociações", escreve o co-autor do documento apresentado na semana passada, concluindo que "Se falharem ou inexistirem, alguma coisa se concluirá sobre o campo de possibilidades na União".

Ao contrário do que tem vindo a ser feito pelo PS, Louçã coloca a tónica muito mais nesta negociação europeia de redução de dívida, do que nas medidas de poupança em juros, onde se inclui a polémica proposta de alteração das provisões do Banco de Portugal, para que assim possa pagar mais dividendos ao Estado que, no entender do ex-líder do Bloco, não só já foi implementada em 2017, como é mesmo assim que deve ser: a redução das provisões é "uma decisão que o Banco já tomou, que aliás é natural: os resultados do Banco são lucros com a dívida pública, devolvê-los a Portugal é o que deve fazer. Como o Banco não tem riscos de crédito (não empresta a empresas e famílias), os seus futuros aumentos de capital devem ser moderados e não devem criar especulação contra a República", diz. 

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