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Ana Catarina Mendes: "Não gosto de falar de reestruturação das dívidas. Gosto de falar de gestão das dívidas europeias"

A secretária-geral-adjunta do PS defende Portugal deve suscitar o debate sobre a dívida no quadro da União Europeia, mas que não deve ir com uma posição fechada. Este relatório "não é como se fosse a bíblia da resolução da dívida".

Miguel Baltazar/Negócios
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A secretária-geral-adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, defendeu esta quarta-feira que Portugal "deve suscitar esse debate [da dívida] no quadro da União Europeia (UE)", mas apontou diferenças na forma de abordar a questão. "Não gosto de falar de reestruturação das dívidas. Gosto de falar de gestão das dívidas europeias", disse em entrevista ao Observador.

Ana Catarina Mendes considerou que o debate pode ser lançado depois de fechado o calendário eleitoral nos vários países da União Europeia e argumentou que Portugal tem bons argumentos para lançar esta discussão, como o défice "mais baixo" da democracia, bem como a evolução dos restantes indicadores macroeconómicos.

Apesar das conclusões do relatório do PS e do Bloco de Esquerda apontarem para algumas soluções, a número dois do PS defende que se deve partir para este debate de cabeça aberta. "Não devemos ir com nenhuma solução fechada", afirmou na mesma entrevista, lembrando até que há quem defenda que as dívidas até 60% do PIB devem ser partilhadas com o excesso a ficar na responsabilidade dos respectivos estados-membros. Este relatório "não é como se fosse a bíblia da resolução da dívida", sublinhou.

 

Na entrevista ao Observador, Ana Catarina Mendes afirmou que "é no quadro europeu que [a dívida] deve ser discutida".

"Estando na Europa, é para o bem e para o mal. No quadro europeu têm de se rever regras", disse para justificar por que Portugal não deve partir para este debate de forma unilateral.

A secretária-geral-adjunta do partido admitiu que o Bloco de Esquerda – que sempre defendeu a reestruturação da dívida - "percebe bem o momento político em que estamos", mas recusou-se a fazer um "ranking" entre os parceiros que apoiam o Governo no Parlamento que permita avaliar quem está mais firme nas suas posições iniciais. O PCP não participou no grupo de trabalho cujo relatório foi conhecido na semana passada. 

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