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Governo português defende que Zona Euro necessita de instrumentos para gerir dívida sem prejudicar crescimento

O Governo português insistiu hoje que a Zona Euro deve ter "os instrumentos necessários" para gerir a dívida, que é de 90% do produto, "bem acima do limiar previsto", sem prejudicar o crescimento nem os recursos naturais. 

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, recordou o antigo Presidente português Mário Soares como 'o pai da democracia portuguesa, antes e depois do 25 de Abril' e um 'português de primeira e democrata'.  'Mário Soares é o pai da democracia portuguesa, antes do 25 de Abril e depois do 25 de Abril. É o pai do reencontro de Portugal com a sua história, do reencontro de Portugal com o seu espaço cultural. É tudo isso. É a pessoa mais importante, pelo menos para a minha geração', destacou o chefe da diplomacia portuguesa em Nova Deli, onde se encontra a acompanhar a visita de Estado do primeiro-ministro, António Costa, à Índia.
Augusto Santos Silva falava aos jornalistas visivelmente emocionado e afirmou: 'É um dia para chorar'. 
'A democracia portuguesa está à altura do seu pai', disse depois.  O número dois do Governo recordou a luta de Mário Soares antes e depois da revolução de 1974 e também a 'convicção e força' com que integrou Portugal no espaço europeu, bem como a 'energia enorme' com que se bateu até ao fim. 'Mário Soares sempre foi um rebelde, uma pessoa cheia de energia, sempre foi novo e jovem até ao fim', recordou o ministro. 'Eu hoje nem sequer queria lembrar o Mário Soares socialista, queria lembrar o Mário Soares pessoa, português de primeira e democrata', sublinhou. 
O governante apontou que 'a lição principal' que Soares deixou é a de que 'todos somos necessários'.
'Uns pensamos uma coisa, outros outra, se pensamos coisas diferentes devemos falar entre nós, devemos discutir e acertar métodos pacíficos para resolver eventuais diferendos e devemos todos trabalhar em função do que acreditamos ser o melhor para o nosso país e devemos trabalhar para melhorar o nosso país, melhorar a Europa e nunca ceder em relação aos valores que consideramos fundamentais', destacou.
24 de Janeiro de 2017 às 15:56
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A posição foi transmitida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, após a abertura de um seminário de alto nível, que Portugal promove hoje em Lisboa, sobre o futuro do euro, com a presença de cerca de 40 decisores políticos e académicos europeus.    

 

"A questão da dívida é um dos elementos dos problemas da Zona Euro", considerou o chefe da diplomacia portuguesa, que referiu que os últimos dados do Eurostat, gabinete oficial de estatística da União Europeia, apontam para uma dívida de 90% do produto, na Zona Euro, "bem acima do limiar de 60% previsto nas regras de Maastricht".  

 

Este é "um problema que aflige mais alguns países do que outros, mas é um problema com que hoje está confrontada a generalidade das economias da Zona Euro", comentou.

 

"É preciso que disponhamos todos dos instrumentos necessários para gerir o nosso serviço de dívida de modo a ele não constituir um travão ao crescimento e uma punção sobre os recursos nacionais", insistiu Santos Silva.

 

O seminário, hoje, pretende debater a necessidade de "completar a união económica e monetária" e "reformar o que seja preciso na arquitectura do euro no sentido de a união económica e monetária servir também de quadro de referência para promover o crescimento e o emprego e a convergência entre as economias europeias", referiu.

 

Deste encontro, deverão sair "propostas políticas concretas" a serem apresentadas ao Conselho Europeu, numa altura em que a UE prepara, para Março, a Declaração de Roma, assinalando os 60 anos da assinatura do Tratado de Roma, uma posição que se quer "robusta, substantiva e de propostas claras sobre o futuro da União Europeia", salientou o governante.

 

Por outro lado, sublinhou, é necessário reflectir de que forma o Parlamento Europeu, os parlamentos nacionais e os parceiros sociais, "devem ser envolvidos neste processo de decisão".

 

O encontro de hoje, que decorre à porta fechada, tem três sessões temáticas - "Crescimento e Convergência Socioeconómica na Zona Euro"; "Instrumentos para a Prevenção e Partilha do Risco" e "Legitimidade Democrática e Passos para Concluir a União Económica e Monetária" -, moderadas, respectivamente, pelos ministros do Planeamento, Pedro Marques, das Finanças, Mário Centeno, e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José António Vieira da Silva.

 

As sessões contam ainda com a participação dos secretários de Estado dos Assuntos Europeus, Margarida Marques, do Desenvolvimento e Coesão, Nélson Souza, do Emprego, Miguel Cabrita, e do Tesouro e das Finanças, Ricardo Mourinho Félix

 

O encerramento da conferência, já aberta ao público, será assegurado pelo primeiro-ministro, António Costa, o ex-ministro da Segurança Social, Emprego e Saúde da Bélgica Frank Vandenbroucke, e pelo ministro da Economia espanhol, Luís de Guindos.

 

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