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Fundo da Zona Euro estima ter poupado 1,3 mil milhões a Portugal em 2016

Este é o resultado das taxas de juro inferiores cobradas ao país pelo fundo de resgate da Zona Euro, que é o maior credor de Portugal. Desde 2011, poupanças ultrapassam os 5,6 mil milhões de euros.

Bloomberg
15 de Junho de 2017 às 15:15
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As taxas de juro mais baixas cobradas ao país pelos 26 mil milhões de euros emprestados pelo Fundo de Resgate da Zona Euro garantiram em 2016 poupanças de 1,3 mil milhões de euros (0,7% do PIB) aos cofres do Estado, isto quando comparado com o que teria sido o custo de financiamento em mercado. A estimativa surge no relatório anual do Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE), publicado esta quinta-feira, 15 de Junho, no qual estima ainda que, desde 2011, estas poupanças já ascendam a 5,6 mil milhões de euros (3,2% do PIB).

As "poupanças são significativas para todos os países de programa, especialmente no pico da crise. A Grécia foi o país que mais beneficiou, com as poupanças orçamentais a atingirem os 5,6% do PIB dos empréstimos do Fundo Europeu de Estabilidade financeira [o primeiro fundo de resgate que financiou a Grécia, Irlanda e Portugal e deu lugar ao MEE] e do Mecanismo Europeu de Estabilidade e outros 0,7% em poupanças da moratória sobre o pagamento de juros que só se verificará em 2022. Para os restantes países do programa os benefícios permanecem, embora de menor magnitude, uma vez que os países garantiram o acesso aos mercados e saíram com sucesso dos seus programas", lê-se no documento. As poupanças em 2016 para a Irlanda foram de 0,3% do PIB, para a Espanha de 0,2% do PIB e para Chipre ascenderam a 2,1% do PIB.

Ao garantir juros baixos e maturidades longas nos empréstimos, o MEE entende estar a dar um contributo relevante para a sustentabilidade da dívida pública dos países resgatados, uma vez que ajuda a reduzir substancialmente as necessidades de financiamento dos países. A investigação desenvolvida por economistas do mecanismo conclui que a percepção dos mercados sobre a sustentabilidade da dívida é influenciada não só pelo nível de endividamento, mas também pelas necessidades de financiamento anuais, em particular quando o ‘stock’ de dívida ultrapassa os 60% do PIB.

"Os resultados [da investigação] têm duas implicações importantes. Primeiro, reforçam a necessidade de monitorizar de perto os fluxos de dívida, especialmente para países que níveis de dívida acima dos 60% do PIB definidos no Tratado Europeu. Em segundo lugar, os resultados indicam que as condições de financiamento do MEE, que reduzem fortemente as necessidade de financiamento porque a necessidade de refinanciar dívida é menor, mantêm os 'spreads' reduzidos e ajudam a tornar o acesso aos mercados acessível e comportável", lê-se no relatório.
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