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FMI recomenda aumento de impostos ao Brasil

O Brasil deverá aumentar os impostos para completar a proposta já apresentada de limitar o crescimento dos gastos públicos, recomendou o Fundo Monetário Internacional.


Uma das principais características da inversão do caminho que estava a ser seguido pelos mercados emergentes foi a redução dos défices de conta corrente de alguns países mais frágeis. No seu World Economic Outlook de outubro de 2017, o FMI indicou que espera melhorias nos saldos das contas correntes do Brasil, Colômbia, México, Peru, Cazaquistão, África do Sul, Ucrânia e Indonésia. Estamos com sobreponderação de acções dos mercados emergentes nas nossas carteiras de activos múltiplos e acreditamos que tanto a desvalorização do dólar como a melhoria dos dados macroeconómicos a nível interno serão os principais pilares dos retornos dos mercados emergentes em 2018.
Reuters
21 de Julho de 2016 às 22:45
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"O novo governo [brasileiro] deve complementar a proposta de um tecto para os gastos com medidas tributárias e resolver a rigidez das despesas e mandatos insustentáveis, incluindo na previdência", lê-se num documento do FMI para a reunião ministerial do G20, grupo dos países mais ricos do mundo, que começa sábado na China.

 

Os economistas do FMI justificaram que a reduzida margem para o Banco Central brasileiro baixar os juros aumenta a necessidade de o país procurar o equilíbrio nas contas públicas.

 

"No Brasil, o espaço para políticas de estímulo monetário é limitado por pressões inflacionárias subjacentes, e a consolidação fiscal deve continuar para reduzir os grandes défices [nas contas públicas] ", sublinhou.

 

Além do aumento de impostos e de contenção nos gastos, o documento sugere que o país prossiga com reformas estruturais que aumentem a produtividade e a competitividade.

 

Na visão dos economistas do Fundo, o Brasil também necessita de dar continuidade à implementação do programa de concessões de infra-estruturas.

 

De acordo com o FMI, as condições no Brasil e na Rússia estão a melhorar e os dois países podem retomar o crescimento económico no próximo ano.

 

O FMI referiu ainda que a alta recente nos preços das "commodities" alivia as pressões sobre os países emergentes, mas os preços continuam baixos, e há empresas no Brasil, Índia e Turquia que estão endividadas, o que pode trazer dificuldades, caso as condições da economia internacional se agravem e o fluxo de capitais se reduza.

 

No início do mês, o ministro das Finanças brasileiro, Henrique Meirelles, anunciou querer reduzir a meta fiscal do défice através da obtenção de receitas extra no próximo ano, falando, por exemplo, em venda de activos, concessões e outorgas. Na ocasião, o responsável pelas finanças brasileiras referiu que um aumento de impostos viria apenas em último caso.

 

O Brasil será representado na reunião do G20 pelo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn. 

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