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Costa admite que sanções a Portugal perturbariam mercados

Primeiro-ministro defende que se a Comissão Europeia aplicar sanções a Portugal é porque "não percebeu o que se está a passar hoje na Europa".

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O primeiro-ministro admitiu esta terça-feira que se a Comissão Europeia decidir aplicar sanções a Portugal dará  "um péssimo sinal para a Europa", que será "perturbador dos mercados" e revela "falta de foco no essencial". 

As declarações de António Costa foram feitas aos jornalistas, em Bruxelas, à margem da cimeira europeia, que acontece no rescaldo da decisão do Reino Unido de sair da União Europeia. 

Costa lembrou os problemas com que a Europa se confronta: a gestão de um processo de saída de um dos 28 estados-membros, bem como a crise migratória. 

"É absolutamente ridículo estar a discutir 0,2 pontos da execução orçamental" do ano passado - quando segundo as previsões da Comissão o défice terá ficado em 3,2%, excluídas as ajudas financeiras, acima dos 3% que servem de limite -, ainda mais quando este ano "pela primeira vez" o Governo prevê um défice abaixo de 3% (2,2%) e a Comissão projecta também um défice dentro desse limite. 

Costa socorreu-se ainda dos dados da execução orçamental até Maio, conhecidos esta segunda-feira e que mostram uma redução do défice, para afirmar que "estamos felizmente numa situação bastante melhor do que [revelam] as previsões da Comissão Europeia".

O líder do Executivo disse até sentir-se "chocado" quando ouve falar do cenário de aplicar sanções a Portugal, lembrando que o anterior Governo se gabou de "ter ido além da troika".

"É injusto para o Governo anterior e completamente disparatado", rematou.

Costa salientou que o executivo comunitário o tem "desiludido suficientes vezes", mas mostrou depois esperança no poder de persuasão do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, junto dos comissários europeus. 

O jornal francês Le Monde avançou esta segunda-feira que a Comissão vai decidir aplicar sanções a Portugal, embora não esteja afastada a hipótese de sanções simbólicas.
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