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Bloco de Esquerda propõe IVA da eletricidade nos 13% a partir de julho
Apesar de o Governo propor a redução por escalões de consumo, Bloco e PCP apresentam propostas diferentes de alteração para diminuir o IVA da energia. Bloquistas admitem redução gradual, começando com 13% em 2020, mas só a partir de julho, o que reduziria o impacto orçamental da medida para 225 milhões.
O Bloco de Esquerda propõe a redução da taxa do IVA da eletricidade e do gás natural para 13%, com efeitos a partir de 1 de julho deste ano, segundo uma proposta de alteração ao Orçamento de Estado para 2020.
O Governo pretende criar escalões de consumo de eletricidade baseados na estrutura de potência contratada existente no mercado elétrico, aplicando-lhes as taxas reduzida (de 6%) e a intermédia (13%). No entanto, dado que a medida carece de autorização do Comité do IVA, o executivo de António Costa inscreveu na proposta de Orçamento do Estado para 2020 uma autorização legislativa nesse sentido.
Embora em Bruxelas a medida até possa vir a ter luz verde, por cá soam as vozes de que dificilmente será possível introduzir uma redução desse género. Mais recentemente foi Francisco Louçã, um dos fundadores do Bloco de Esquerda, a afirmar que o pedido do Governo é "um subterfúgio" que "o comité do IVA não aceitará".
Nesse sentido, e admitindo que do lado do PS e do Governo não haverá disponibilidade para reduzir de imediato o IVA sobre a eletricidade para a taxa reduzida de 6% (o executivo tem invocado o elevado impacto orçamental da medida), o Bloco de Esquerda propõe uma descida faseada: uma taxa de 13% só em metade do ano de 2020 que passaria a 12 meses em 2021; meio ano com a taxa de 6% em 2022; e finalmente a redução total em 2023.
Segundo as contas do BE, a que o Negócios teve acesso, este plano teria um impacto orçamental de 225 milhões de euros este ano, que subiria para 450 milhões em 2021. Já em 2022, o custo passaria para 610 milhões e finalmente em 2023 chegaria aos 770 milhões.
Esta é uma das bandeiras do Bloco de Esquerda e do PCP para 2020. Chegou a admitir-se uma 'maioria negativa' que viesse a aprovar a redução da taxa à revelia do PS (já que também o PSD propõe uma redução), mas o tema arrefeceu depois de o Governo ter incluído a autorização no OE e do PSD ter dado sinais de recuo nesta matéria.
Este tema não foi apontado por nenhum dos dois partidos como um dos sinais de abertura dados pelo Governo nas negociações da semana passada - que permitiram a viabilização da proposta de Orçamento do Estado com a abstenção do Bloco e do PCP.
(Notícia atualizada às 21h15 com mais detalhes da proposta do Bloco e a estimativa do seu impacto orçamental)