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Alemanha apoia "New Deal" para relançar crescimento

O presidente do Eurogrupo defende que só os Governos que ousam fazer reformas estruturais devem ser premiados. Como? Com acesso privilegiado a fundos europeus e mais tempo para reduzir os défices. Paris e Roma são os grandes destinatários da proposta de Dijsselbloem. Berlim diz que concorda inteiramente.

Miguel Baltazar/Negócios
13 de Outubro de 2014 às 15:37
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O ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schäuble, anunciou nesta segunda-feira, 13 de Outubro, o seu apoio à proposta do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, de criar um enquadramento na Zona Euro que premeie os Governos que levam a cabo reformas estruturais destinadas a tornar as economias mais competitivas e que, muitas vezes, não saem da gaveta por serem impopulares e mexerem com interesses instalados. "Concordo completamente", disse Schäuble no Luxemburgo, à entrada para a reunião mensal do Eurogrupo.

 

O ministro alemão referia-se à proposta feita na sexta-feira, 10 de Outubro, por Dijsselblem, na qual o presidente do Eurogrupo e também ministro (socialista) das Finanças da Holanda defende que se deve premiar os Governos que ousam fazer reformas estruturais. Como? Com o acesso privilegiado a fundos europeus destinados ao investimento e mais tempo para reduzir os défices. Destinatários prováveis? Paris e Roma, que estão a pedir, de novo, mais tempo para reduzir os respectivos défices orçamentais e que, mesmo perante movimentos significativos de deslocalização de empresas e elevados níveis de endividamento público e privado, enfrentam grandes dificuldades em reformar o modo de funcionamento das suas economias.

 

"Nenhum estímulo monetário ou orçamental pode substituir a necessidade de fazermos as nossas economias mais competitivas e aptas para o século XXI. Este tipo de medidas só compra tempo aos decisores políticos. Chegou a hora de fazer a nossa parte do trabalho e de levar por diante um programa de reformas. Isso requer coragem política, sendo nalguns países imensos os obstáculos políticos e financeiros às reformas. Superá-los significa perturbar interesses instalados e o que alguns definem como ‘segurança’", enquadrou Dijsselbloem no discurso que fez em Washington, no âmbito dos encontros anuais do Fundo Monetário Internacional (FMI).

 

"Precisamos de um novo acordo de crescimento para a Zona Euro que compreenda um programa de investimentos, uma consolidação orçamental sensata e uma  ambiciosa agenda de reformas", disse. E como funcionaria esse "New Deal"? "Países que pedem mais tempo para reduzir os seus níveis de défice ou de dívida  devem ser obrigados a acelerar suas reformas económicas" e, quando procuram fontes europeias para financiar investimento, devem "apresentar uma  agenda de reformas detalhada com prazos claros, uma lista de projectos de investimento elegíveis e um compromisso claro de honrar as recomendações orçamentais", explicou o ministro holandês.

 

O "New Deal", disse, "ligaria, assim, a agenda de reformas ao ritmo de consolidação orçamental e aos apoios ao investimento". "Temos de preservar a nossa estabilidade orçamental e intensificar os nossos esforços de reforma. Ambos são pré-condição para a sobrevivência do modelo social europeu", frisou.

 

A proposta de Dijsselbloem concretiza o que tem vindo a ser pedido por vários dirigentes europeus, designadamente Herman Van Rompuy, presidente do Conselho Europeu, e Mário Draghi, presidente do BCE.

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